OMS alerta para a importância do diálogo e da redução do estigma social

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Segundo a OMS, A cada ano, mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida no mundo

Neste Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, celebrado nesta terça-feira (10), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) reforçam a urgência de romper com o estigma e encorajar o diálogo sobre o tema. A cada ano, mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida no mundo, segundo a OMS, e o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

Com o tema “Mudando a Narrativa sobre o Suicídio”, a campanha global até 2026 busca promover a compreensão e o apoio, além de dar visibilidade à saúde mental. A OMS destaca que uma simples conversa pode ter um impacto profundo e ajudar a construir uma sociedade mais solidária. A campanha também defende a inclusão da saúde mental nas políticas públicas, aumentando o acesso ao tratamento e ao suporte necessário.

A prevenção do suicídio é um dos objetivos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que visa reduzir a taxa global em um terço até 2030. A OMS alerta que fatores sociais, econômicos e psicológicos contribuem para o suicídio, como pressões no trabalho, rompimentos de relacionamentos e discriminação. Eventos que geram tensão ao longo da vida também são impulsionadores do problema.

No Brasil, o suicídio é considerado um problema de saúde pública, com cerca de 14 mil casos registrados anualmente – uma média de 38 mortes por dia. Campanhas como o Setembro Amarelo, com o lema “Se precisar, peça ajuda”, buscam reduzir o estigma e conscientizar a população sobre a prevenção.

O psicólogo Héder Bello, especialista em Trauma e Urgências Subjetivas, ressalta que, além dos transtornos mentais, outros fatores como precariedade financeira, ser parte da comunidade LGBT ou sofrer violência aumentam a vulnerabilidade ao suicídio. Ele defende que políticas públicas e ações educativas são essenciais para fornecer apoio e mostrar alternativas a quem está em sofrimento.

Abordar pessoas em risco exige sensibilidade, segundo o psicólogo. Em vez de julgamentos, é fundamental ouvir com atenção, buscando compreender a perspectiva e os motivos que levaram a pessoa ao limite. Ele observa que muitos profissionais de saúde ainda carecem de treinamento adequado para lidar com a ideação suicida, o que reforça a importância de uma abordagem empática e bem informada.

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento 24 horas para apoio emocional e prevenção ao suicídio, por meio do telefone 188.

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