O impacto das redes sociais na saúde mental de jovens universitários

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Estudos mostram que o impacto da internet na saúde mental pode ser positivo ou negativo, dependendo do uso

Milena Dias, estudante de jornalismo em Brasília, foge ao padrão de sua geração ao evitar as redes sociais. Segundo ela, o ambiente virtual é marcado pela exposição excessiva e pelos estereótipos, o que a afasta da necessidade de postar ou acompanhar a vida de outros online. Já Maria Eduarda Nestali, estudante de nutrição, também em Brasília, vê as redes como importantes, embora seja seletiva com o conteúdo que consome. Essas visões contrastantes refletem um dilema maior enfrentado por jovens no mundo conectado.

Estudos mostram que o impacto da internet na saúde mental pode ser positivo ou negativo, dependendo do uso. Em uma pesquisa da professora Irena Penha Duprat, defendida na Universidade de São Paulo, foi investigada a relação entre o uso excessivo da internet e a ideação suicida entre estudantes universitários da área de saúde. Com base em 503 entrevistas, a pesquisa revelou que 51% dos estudantes apresentavam algum nível de dependência da internet, e 12,5% relatavam ideação suicida.

A pesquisa apontou que alunos com sintomas de depressão e ansiedade usavam a internet como um refúgio, agravando a dependência e aumentando os pensamentos suicidas, principalmente entre os que apresentavam dependência moderada ou grave da internet. Além disso, o impacto negativo das redes sociais, especialmente em plataformas visuais como Instagram e Facebook, foi mais pronunciado entre as mulheres, que muitas vezes se sentiam pressionadas a alcançar ideais de beleza irreais.

A psicóloga Karen Scavacini, do Instituto Vita Alere, especializada na prevenção ao suicídio, ressalta que a relação entre saúde mental e tecnologia é complexa. Ela acredita que o impacto do uso da internet varia conforme a vulnerabilidade emocional dos indivíduos e o tipo de conteúdo consumido. No entanto, ela também destaca que a tecnologia pode ser uma ferramenta positiva, oferecendo informações e suporte a quem busca ajuda em temas como saúde mental e enfrentamento de estigmas.

Com isso em mente, iniciativas como o Mapa da Saúde Mental, desenvolvido pelo Instituto Vita Alere, mapeiam serviços gratuitos de saúde mental no Brasil. Além disso, o instituto oferece materiais educativos, como cartilhas para pais e professores sobre o uso seguro da internet, reforçando o papel da tecnologia como aliada no cuidado com a saúde mental.

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