Impacto climático pode pressionar preços dos alimentos em 2024

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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Os cítricos, especialmente laranjas e limões, são os mais vulneráveis às mudanças climáticas

Os produtores de alimentos enfrentarão um grande desafio caso as variações climáticas abruptas continuem a afetar o país, alerta Thiago de Oliveira, economista da Ceagesp. A combinação de períodos de calor e frio intensos, além da seca que facilita a disseminação de incêndios, já começou a impactar as lavouras e pode influenciar os preços no varejo ainda este ano.

Os cítricos, especialmente laranjas e limões, são os mais vulneráveis às mudanças climáticas. A instabilidade do clima seco e a baixa umidade podem afetar a produtividade e o tempo de colheita, favorecendo o avanço de doenças como o Cancro Cítrico e o Greening, que já levaram à erradicação de mais de 2 milhões de árvores em São Paulo este ano. Caso a situação climática não melhore, o aumento nos custos de produção será inevitável, com impacto direto nos preços do atacado e, posteriormente, nos consumidores.

Hortaliças, tanto folhas quanto legumes, também devem ser afetadas a partir de dezembro. Embora o clima seco tenha favorecido a colheita nas últimas semanas, é prejudicial para o ciclo de plantio, dificultando o planejamento dos pequenos produtores, que têm menor capacidade de diversificação e investimento. Segundo Oliveira, esses produtores estão plantando áreas menores e evitando endividamento, o que pode limitar ainda mais a oferta de alimentos.

Nos últimos meses, os preços de frutas e verduras vinham apresentando queda, de acordo com dados da Ceagesp e do Dieese, principalmente para produtos como tomate e batata. Contudo, essa tendência de redução nos preços pode ser revertida se as chuvas não forem suficientes e bem distribuídas nas áreas de produção nos próximos meses.

Além das dificuldades climáticas, o estado de São Paulo enfrenta uma onda de queimadas, exacerbadas pela seca. Embora o número de incêndios tenha caído 88% na última semana, três municípios ainda registram focos ativos. A Defesa Civil segue monitorando as áreas afetadas e mantém o alerta para evitar novos focos de incêndio, principalmente no norte do estado, que não recebeu chuvas recentes.

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