Casos de racismo no futebol crescem 39% em 2023, revela relatório
Desde o início do monitoramento em 2014, quando 25 casos foram reportados, houve um aumento expressivo de 444%
Os registros de racismo no futebol tiveram um aumento de 38,77% em 2023, conforme apontado pelo 10º Relatório da Discriminação Racial no Futebol, divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol. O documento, elaborado em parceria com a CBF e o Grupo de Estudos sobre Esporte e Discriminação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), aponta que 136 incidentes de racismo foram registrados este ano, comparados aos 98 casos de 2022. Desde o início do monitoramento em 2014, quando 25 casos foram reportados, houve um aumento expressivo de 444%.
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF e o primeiro negro a ocupar o cargo em mais de 100 anos da instituição, destacou a gravidade da situação. Segundo ele, o aumento dos casos reportados evidencia a necessidade urgente de medidas eficazes para combater o racismo no esporte. “O aumento dos casos reportados reforça a gravidade do problema e os desafios persistentes, que urgem ações inovadoras e efetivas”, afirmou Rodrigues.
Apesar do cenário preocupante, Marcelo Carvalho, fundador e diretor executivo do Observatório, vê um lado positivo no aumento das denúncias. Ele acredita que esse crescimento também reflete uma maior conscientização por parte de torcedores e jogadores. “Se a gente tem mais denúncias, é porque a sociedade brasileira está mais atenta a entender o que é racismo e as suas diversas formas de expressão”, comentou.
O relatório também aborda outras formas de discriminação e violência no futebol, como abuso sexual, assédio, gordofobia e apologia ao nazismo, destacando a complexidade do problema e a necessidade de uma abordagem ampla para enfrentar essas questões no esporte.