Febraban pretende força-tarefa para avaliar impacto das apostas virtuais

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
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Uma das propostas discutidas foi a suspensão temporária do Pix como meio de pagamento para apostas

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está considerando propor ao governo a criação de uma força-tarefa multissetorial para analisar o impacto das apostas virtuais na renda das famílias brasileiras. A ideia, discutida durante uma reunião entre o presidente da Febraban, Isaac Sidney, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, envolve a participação de representantes do governo, do setor produtivo e das instituições financeiras. Segundo Sidney, o grupo também incluiria órgãos responsáveis pela defesa do consumidor, prevenção à lavagem de dinheiro e gestão de benefícios sociais, como o Bolsa Família.

O encontro, que tinha como foco o endividamento gerado pelas apostas online, terminou sem decisões concretas. Sidney ressaltou que a reunião visava discutir medidas preventivas e que a Febraban não tem a função de sugerir políticas públicas. No entanto, a entidade expressou preocupação com o superendividamento das famílias e a saúde financeira do país.

Uma das propostas discutidas foi a suspensão temporária do Pix como meio de pagamento para apostas, até que a regulamentação definitiva entre em vigor em janeiro de 2024. A medida, defendida por Sidney, seria uma forma de controle emergencial para evitar o aumento do endividamento. A Febraban esclareceu que essa é uma posição pessoal do presidente, mas que a questão foi discutida diversas vezes entre os bancos.

A questão dos cartões de crédito também entrou em pauta, com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) antecipando a proibição do uso de cartões para apostas virtuais, medida inicialmente prevista para janeiro. Entretanto, como a maioria das transações para apostas é feita por Pix, essa proibição tem impacto limitado.

Estima-se que entre 85% e 99% dos repasses de apostadores para as plataformas de apostas sejam feitos via Pix, de acordo com diferentes projeções. A necessidade de uma ação regulatória mais ampla e medidas temporárias, como a suspensão do Pix, surge em meio ao crescente debate sobre os efeitos das apostas online sobre o orçamento familiar e a economia do país.

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