Falha de controle em exames pode ter levado a HIV em transplantes

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Os órgãos, considerados livres do vírus pelo laboratório, foram transplantados em seis pacientes, que agora estão infectados pelo HIV, causador da aids

A Polícia Civil está apurando a possibilidade de que a negligência no controle de qualidade do laboratório PCS Labs tenha sido a causa dos erros que levaram à liberação de órgãos infectados pelo vírus HIV para transplantes. Esses órgãos, considerados livres do vírus pelo laboratório, foram transplantados em seis pacientes, que agora estão infectados pelo HIV, causador da aids.

De acordo com o delegado André Neves, as investigações revelaram falhas na verificação da validade dos reagentes utilizados nos testes, produtos químicos essenciais para detectar a presença do vírus no sangue. Quando esses insumos estão fora da validade, podem resultar em exames falsos negativos, colocando em risco a saúde dos pacientes. Neves afirmou que a mudança na frequência das análises qualitativas dos reagentes, que passaram de diárias para semanais, foi motivada por uma estratégia de redução de custos visando aumentar os lucros do laboratório.

“Houve quebra do controle de qualidade que visou o lucro, deixando de lado a segurança dos testes”, declarou o delegado. Ele enfatizou que o responsável por essa decisão será criminalmente responsabilizado.

Além disso, o titular da Delegacia do Consumidor, Wellington Oliveira, informou que outras linhas de investigação estão sendo consideradas, incluindo a possibilidade de emissão de laudos falsos por parte do laboratório. Na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Civil cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e prendeu dois suspeitos: Walter Vieira, um dos sócios do PCS Labs, e um técnico da empresa. Outros dois alvos de mandado de prisão estão foragidos.

A gravidade da situação destaca a importância do rigor nos processos de controle de qualidade em laboratórios que atuam na área da saúde, especialmente quando se trata de órgãos destinados a transplantes. A investigação continua, com a esperança de evitar novos casos semelhantes e garantir a segurança dos pacientes.

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