PIB registra queda em agosto, mas crescimento anual persiste

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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O acumulado em 12 meses até julho ficou em 2,8%, indicando um crescimento moderado, mas consistente

Os dados mais recentes do Monitor do PIB-FGV, divulgados nesta terça-feira (15), mostram uma retração de 0,2% na atividade econômica em agosto em comparação ao mês anterior. No entanto, na análise interanual, o cenário é mais positivo, com um crescimento de 3,4% em agosto e 4,1% no trimestre encerrado no mesmo mês. O acumulado em 12 meses até julho ficou em 2,8%, indicando um crescimento moderado, mas consistente.

Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, aponta que a estagnação da indústria e a retração nos serviços foram os principais fatores por trás da queda do PIB pelo segundo mês consecutivo. “Entre as três grandes atividades econômicas, somente a agropecuária mostrou evolução na comparação de agosto com julho”, destaca.

Embora a demanda tenha apresentado avanços na maioria de seus componentes, as exportações foram um ponto negativo significativo. As exportações de produtos agropecuários e da extrativa mineral, que haviam contribuído com cerca de 8 pontos percentuais para o desempenho trimestral positivo do ano passado, agora somaram apenas 1,2 ponto percentual, a menor contribuição desde fevereiro de 2023. Essa queda nas exportações foi de 2,5% e afetou consideravelmente os resultados gerais do PIB.

Por outro lado, o consumo das famílias seguiu em ascensão, beneficiado principalmente pelo setor de serviços, que se destacou ao longo do trimestre. Os segmentos de bens duráveis e não duráveis também contribuíram positivamente. O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) observou que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) teve um avanço significativo, especialmente no segmento de máquinas e equipamentos, em parte devido a uma base de comparação deprimida no ano anterior.

Além disso, as importações cresceram em todas as categorias, com destaque para os bens intermediários, que impulsionaram o crescimento geral. Bens de consumo, serviços e bens de capital também apresentaram um desempenho positivo.

Em termos monetários, o PIB de 2024 acumulado até julho atingiu R$ 7,570 trilhões, e a taxa de investimento em agosto ficou em 18,1%, superando as médias históricas desde 2000 e 2015. Esses números refletem uma realidade complexa, onde, apesar da retração mensal, as bases da economia ainda mostram sinais de crescimento e recuperação em um contexto mais amplo.

O Monitor do PIB-FGV, que estima mensalmente o PIB brasileiro com base na metodologia das Contas Nacionais do IBGE, segue como uma importante referência para entender os movimentos da economia nacional.

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