Haddad defende sustentabilidade do arcabouço fiscal e diálogo com setor financeiro

Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O ministro também comentou sobre a experiência anterior com o teto de gastos

Em uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou o compromisso do governo em garantir a longevidade do novo arcabouço fiscal. Durante o encontro, ele destacou a importância de um conjunto de medidas que visa o corte de gastos, fundamental para o alcance das metas de resultado primário.

“Quando a economia cresce, há espaço para que as despesas aumentem de maneira controlada e em sintonia com a realidade atual”, explicou Haddad, ressaltando a necessidade de uma gestão equilibrada entre receitas e despesas. O ministro também comentou sobre a experiência anterior com o teto de gastos, que, segundo ele, era uma estrutura percebida como insustentável desde o início.

Após as eleições municipais, Haddad planeja iniciar diálogos com líderes parlamentares para discutir a implementação do arcabouço, que foi elaborado com ampla participação do Congresso. Ele reconheceu os desafios impostos pela herança econômica recebida, incluindo um elevado nível de endividamento.

Na reunião, a Febraban apresentou propostas para a sustentabilidade fiscal, abordando questões como o equilíbrio da Previdência e a eficiência na concessão de benefícios. O presidente-executivo da Febraban, Isaac Sidney, destacou a importância de evitar a judicialização de conflitos trabalhistas, que gera custos que afetam o crédito.

A discussão também abordou os altos juros bancários. Lula deu sinal verde para um debate aprofundado sobre as causas dessas taxas elevadas, e um grupo de trabalho será formado para analisar a situação. Sidney enfatizou que, em um contexto de crescimento econômico e inflação controlada, este é o momento oportuno para enfrentar problemas estruturais.

O setor bancário, segundo Sidney, anseia por juros mais baixos, pois altas taxas elevam o risco de crédito e a inadimplência, dificultando o acesso ao crédito para famílias e empresas. O executivo defendeu a retomada, pelo Banco Central, de um ciclo de redução da taxa de juros, atualmente fixada em 10,75% ao ano.

Com o cenário econômico positivo, Haddad e Sidney concordam que é essencial dissipar incertezas para garantir um ambiente favorável ao crédito e à recuperação econômica. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) está agendado para o início de novembro, onde novas decisões sobre a Selic serão avaliadas, com o mercado antecipando uma possível elevação da taxa.

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