Campanha de multivacinação foca no combate à desinformação

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A ação busca ampliar a cobertura vacinal no Brasil

No Dia Nacional da Vacinação, comemorado em 17 de outubro, especialistas reforçam a importância da campanha de multivacinação, estratégia que visa atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos. A ação busca ampliar a cobertura vacinal no Brasil, fortalecendo a imunidade coletiva e prevenindo surtos de doenças graves, como poliomielite, sarampo e caxumba.

No entanto, a proliferação de fake news e a desinformação sobre imunizantes ainda geram receio em alguns setores da população. Um dos medos mais comuns é em relação à aplicação de várias vacinas no mesmo dia, mas especialistas descartam qualquer risco nesse tipo de procedimento.

Patricia Boccolini, coordenadora do Observatório de Saúde na Infância, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), esclarece que “não há limite para a quantidade de vacinas que uma criança pode receber no mesmo dia”. Ela destaca que a multivacinação é uma oportunidade para deixar a proteção em dia, prevenindo doenças evitáveis. Além disso, a presença de profissionais da saúde nos mutirões garante a segurança e a correta administração das doses, com orientações sobre as vacinas específicas que podem ou não ser combinadas.

A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, complementa que algumas vacinas precisam de um intervalo entre as doses, mas isso não sobrecarrega o sistema imunológico. Ela explica que, diariamente, o corpo é exposto a vírus, bactérias e fungos, e as vacinas, com uma quantidade mínima de antígenos, apenas ajudam o organismo a criar defesas sem que a pessoa adoeça.

Embora a multivacinação seja uma estratégia eficaz e segura, há exceções. Boccolini cita vacinas como a tríplice viral e a tetra viral, que em crianças menores de dois anos não devem ser administradas no mesmo dia que a vacina da febre amarela, por possível interferência na resposta imunológica. Em contrapartida, em crianças maiores de dois anos, essas vacinas podem ser aplicadas simultaneamente.

Além de proteger diretamente as crianças, a multivacinação também desempenha um papel essencial na manutenção da alta cobertura vacinal no Brasil, que, de acordo com o Ministério da Saúde, alcançou 85% em 2024. No entanto, o ideal é atingir entre 90% e 95%, especialmente para doenças como o sarampo e a poliomielite, que, embora controladas no país, ainda representam uma ameaça caso a imunidade coletiva seja enfraquecida.

A campanha de multivacinação, com a oferta de 17 vacinas, segue como uma das principais iniciativas do governo federal para manter o país livre de surtos e reforçar a proteção da população contra doenças evitáveis. Especialistas alertam que o sucesso dessas campanhas depende não só da oferta de vacinas, mas também da conscientização da população, especialmente em um cenário de desinformação crescente.

A multivacinação não só atualiza a caderneta de vacinação, mas protege o país contra o risco de reintrodução de doenças, como a poliomielite, que, embora erradicada no Brasil, continua endêmica em outras partes do mundo. Por isso, manter uma cobertura vacinal elevada é fundamental para evitar novos surtos e proteger as futuras gerações.

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