Emergências hospitalares enfrentam desafios no atendimento a pacientes com obesidade

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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As entidades recomendam adaptações urgentes nas infraestruturas hospitalares

O crescente número de pacientes obesos nas emergências hospitalares do Brasil está gerando uma necessidade urgente de adaptações estruturais e capacitação das equipes de saúde. Segundo um alerta conjunto da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a falta de preparo adequado nos hospitais pode comprometer o atendimento a esses pacientes, resultando em atrasos críticos para intervenções rápidas.

Atualmente, 24,3% da população nas capitais brasileiras vive com obesidade, de acordo com dados do Ministério da Saúde, e o número de adultos com sobrepeso ou obesidade continua a aumentar globalmente. As associações alertam que, sem as mudanças necessárias nas unidades de emergência, a qualidade da assistência prestada pode ser prejudicada, especialmente em procedimentos que requerem respostas rápidas, como ressuscitação cardiopulmonar, intubação e a obtenção de acesso venoso.

Um dos maiores desafios é a realização de exames físicos. O excesso de tecido adiposo dificulta a palpação e a ausculta, essenciais para identificar sinais clínicos em pacientes inconscientes. Procedimentos rotineiros, como a inserção de cateteres venosos, também se tornam mais complicados, aumentando o risco de complicações como infecções.

As entidades recomendam adaptações urgentes nas infraestruturas hospitalares, como a utilização de macas reforçadas e cadeiras de rodas maiores, além de capacitação das equipes médicas para o manejo especializado de pacientes obesos. Também destacam a necessidade de combater o estigma associado à obesidade e de promover um atendimento humanizado, livre de preconceitos.

Protocolos clínicos padronizados e a criação de políticas públicas voltadas à formação médica sobre obesidade são outras demandas urgentes. As associações defendem que essas ações são essenciais para garantir um atendimento adequado e eficiente, diante do crescente número de pessoas afetadas pela obesidade no Brasil e no mundo.

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