Haddad atribui recorde de arrecadação ao fim de benefícios fiscais e rebate FMI sobre crescimento
O ministro defendeu que o aumento da arrecadação permitirá ao governo cumprir a meta de déficit primário zero
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta terça-feira (22) que o recorde de arrecadação registrado em setembro foi impulsionado pela recomposição da base fiscal, com o fim de medidas de ajuda às camadas mais ricas. Em visita a Washington, Haddad rebateu o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que atribui o crescimento da economia brasileira aos estímulos fiscais.
Segundo Haddad, as medidas aprovadas pelo Congresso no final do ano passado, como a taxação de offshores e a antecipação do Imposto de Renda sobre fundos exclusivos, foram essenciais para o aumento das receitas deste ano. O ministro defendeu que o aumento da arrecadação permitirá ao governo cumprir a meta de déficit primário zero, enquanto as despesas são controladas e o crescimento do PIB se mantém acima de 2,5%.
Em setembro, a arrecadação federal somou R$ 203,17 bilhões, um aumento de 11,61% em relação ao mesmo período de 2023, corrigido pela inflação. No acumulado do ano, a arrecadação atingiu R$ 1,93 trilhão, também um recorde. Haddad ressaltou que a economia brasileira está crescendo de forma sustentável, com inflação controlada, rebatendo as alegações do FMI sobre o papel dos estímulos fiscais no crescimento.
Durante sua viagem a Washington, o ministro também participou de reuniões com autoridades norte-americanas e tratou de questões bilaterais, além de temas do G20, onde Brasil e Estados Unidos divergem sobre a taxação dos rendimentos dos super-ricos. Por causa de um encontro na Casa Branca, uma reunião com a agência de classificação de risco Fitch foi cancelada, mas Haddad já havia se reunido anteriormente com representantes de outras agências, como a Moody’s, que elevou a nota da dívida brasileira logo após o encontro.