Israel usou palestinos como escudos humanos, dizem soldados e ex-detentos

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Investigação mostra prática de captura de civis para patrulhar prédios considerados perigosos pelas tropas israelenses

O exército israelense forçou palestinos a entrar em casas e túneis potencialmente cheios de armadilhas em Gaza para evitar colocar suas tropas em perigo, de acordo com um soldado das Forças de Defesa de Israel (IDF) e cinco ex-detentos que disseram ter sido vítimas da prática.

O soldado, que disse que sua unidade manteve dois prisioneiros palestinos com o propósito explícito de usá-los como escudos humanos para sondar lugares perigosos, disse que a prática era prevalente entre as unidades israelenses em Gaza.

“Nós dissemos a eles para entrarem no prédio antes de nós”, ele explicou. “Se houver armadilhas, elas explodirão e não nós.”

Era tão comum no exército israelense que tinha um nome: “protocolo do mosquito”.

A escala e o escopo exatos da prática pelo exército israelense não são conhecidos. Mas o testemunho do soldado e de cinco civis mostra que era disseminado por todo o território: no norte de Gaza, Cidade de Gaza, Khan Younis e Rafah.

O soldado explicou que, a princípio, sua unidade, que na época estava no norte de Gaza, usava procedimentos padronizados antes de entrar em um prédio suspeito: enviar um cachorro ou fazer um furo na lateral com um projétil de tanque ou uma escavadeira blindada.

Mas um dia nesta primavera, o soldado disse que um oficial de inteligência apareceu com dois detidos palestinos — um garoto de 16 anos e um homem de 20 anos — e disse às tropas para usá-los como escudos humanos antes de entrar nos prédios. O oficial de inteligência alegou que eles estavam conectados ao Hamas.

Quando questionou a prática, o soldado disse que um de seus comandantes lhe disse: “É melhor que os palestinos explodam e não nossos soldados”.

“É bem chocante, mas depois de alguns meses em Gaza você [tende a não] pensar claramente”, disse o soldado. “Você está apenas cansado. Obviamente, prefiro que meus soldados vivam. Mas, você sabe, não é assim que o mundo funciona.”

Fonte- CNN

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