Maioria das cidades tem baixo índice de desenvolvimento sustentável

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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Segundo o levantamento, 2.885 cidades, o equivalente a 51,3% do total, apresentaram um nível baixo no índice de desenvolvimento sustentável

A terceira atualização do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR), apresentada nesta sexta-feira (1º) em Brasília, revelou que mais da metade das cidades brasileiras ainda enfrenta desafios significativos para atingir níveis satisfatórios de desenvolvimento sustentável. Segundo o levantamento, 2.885 cidades, o equivalente a 51,3% do total, apresentaram um nível baixo no índice de desenvolvimento sustentável, enquanto outras 934, ou 16,8%, foram classificadas com um nível muito baixo.

Entre as 5.570 cidades avaliadas, nenhuma alcançou o nível muito alto de desenvolvimento sustentável, embora 91 municípios, ou 1,6%, tenham se destacado, atingindo um nível alto. A análise, que mede o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU, foi realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis e se baseia em 100 indicadores nacionais, oferecendo um panorama das condições de vida nos territórios.

O diretor-presidente do instituto, Jorge Abrahão, destacou que o índice é um retrato do desenvolvimento sustentável nas cidades e pode ajudar a melhorar a qualidade de vida. Segundo ele, a nova atualização mostra avanços em comparação a 2023, quando 70% dos municípios apresentaram índices baixos. Nesta edição, o número de cidades com desenvolvimento sustentável alto dobrou, e houve redução na quantidade de cidades com níveis muito baixos.

No entanto, o levantamento traz contrastes regionais importantes. A Região Norte foi a que apresentou o maior número de cidades com desenvolvimento muito baixo, com uma média de pontuação de apenas 38,8 em uma escala de até 100 pontos. Já as regiões Nordeste e Centro-Oeste também tiveram médias baixas, com 41,7 e 46,3 pontos, respectivamente. As regiões Sul e Sudeste, por sua vez, alcançaram índices médios, com médias de 50,6 e 51,5 pontos.

O Brasil é o único país a acompanhar os 17 ODS em todos os seus municípios. Nesta edição, uma inovação foi a inclusão de um 18º objetivo sugerido pelo Brasil à ONU, que visa avaliar as cidades com indicadores de igualdade étnico-racial, ampliando ainda mais a abrangência do monitoramento.

A atualização do índice é fruto de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a Caixa Econômica Federal e outras organizações, incluindo a Comissão Nacional dos ODS e a Universidade de Brasília. Abrahão reforça que os desafios do desenvolvimento sustentável exigem uma atuação integrada entre diferentes setores e esferas de governo, incluindo a iniciativa privada, que também é impactada pelas condições de desenvolvimento das cidades.

Para o secretário de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Adalberto Maluf, o índice funciona como um guia para a formulação de políticas públicas mais eficazes, orientando o poder público sobre onde os investimentos e esforços devem ser concentrados para gerar resultados concretos.

A Agenda 2030, proposta pela ONU, reúne os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que buscam erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas globalmente. O IDSC-BR fornece um acompanhamento da aplicação desses objetivos no Brasil e ajuda as esferas governamentais a entender e responder às necessidades de desenvolvimento sustentável, gerando políticas mais direcionadas e eficazes.

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