Descoberta lança nova luz sobre a lápide mais antiga dos EUA
A descoberta foi detalhada em um estudo recente publicado no International Journal of Historical Archaeology
Pesquisadores descobriram mais detalhes sobre a lápide mais antiga conhecida dos Estados Unidos, conhecida como “Lápide do Cavaleiro”, que remonta a 1627 e está localizada em Jamestown, Virgínia. Com gravuras de um cavaleiro e um escudo, a peça histórica agora possui uma nova hipótese de origem após análise de microfósseis, que indicaram que a pedra foi provavelmente extraída na Europa, mais precisamente em uma região com intensa exportação de lápides na Bélgica.
Essa descoberta foi detalhada em um estudo recente publicado no International Journal of Historical Archaeology. Segundo o autor principal, Marcus Key, professor de Filosofia Natural no Dickinson College, na Pensilvânia, o transporte de pedras tão pesadas era extremamente caro, o que aponta para a riqueza da pessoa a quem a lápide pertencia. Acredita-se que o monumento tenha sido encomendado para Sir George Yeardley, governador colonial e um dos primeiros proprietários de escravos na América, cuja morte em 1627 teria exigido um enterro com marcante distinção.
Arqueólogos de Jamestown explicam que o alto custo de uma lápide importada, decorada com incrustações de latão, tornava esses memoriais inacessíveis para a maioria dos colonos, sendo reservados para os mais abastados. Segundo Mary Anna Hartley, arqueóloga do projeto Jamestown Rediscovered, a lápide encontrada mede aproximadamente 1,8 metros de comprimento, pesa quase 454 quilos e foi deslocada durante reformas no local.
No presbitério da segunda igreja, uma escavação feita em 2018 encontrou uma sepultura com restos mortais que podem ser de Yeardley, teoria que será confirmada por uma análise de DNA dos ossos. Hartley destacou a relevância histórica de Jamestown, afirmando que o local reflete a origem das interações entre europeus, nativos e africanos, que moldaram a cultura americana.
Jamestown, sendo o assentamento inglês mais antigo, representa um marco na história dos Estados Unidos e agora revela mais um elo que o liga à economia global e ao início da identidade cultural norte-americana.