G20 Social ganha continuidade na África do Sul e fortalece sociedade civil

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
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A proposta do G20 Social é reunir colaborações da sociedade civil

O G20 Social, uma iniciativa lançada pelo Brasil para incluir a sociedade civil no processo de formulação de políticas públicas globais, terá continuidade na próxima cúpula do G20, que acontecerá na África do Sul em 2025. A decisão de seguir com o projeto, que teve sua estreia sob a presidência brasileira do bloco, foi anunciada pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, e comemorada por movimentos como a Central Única das Favelas (Cufa).

A proposta do G20 Social é reunir colaborações da sociedade civil, com destaque para as comunidades de base, que são então analisadas e integradas à declaração final do grupo. Para o presidente da Cufa do Rio de Janeiro, Preto Zezé, essa iniciativa representa uma chance de transformar ideias em movimentos permanentes, um esforço contínuo que busca gerar mudanças concretas após o encerramento das cúpulas. Ele defende que o G20 Social se torne uma presença fixa nas futuras edições, destacando que os problemas enfrentados pelas favelas e comunidades são contínuos e precisam de um engajamento constante.

Com base em sua experiência em conferências internacionais, Preto Zezé destaca que, embora as propostas geradas por esses encontros sejam geralmente bem recebidas, a implementação é um grande desafio. Ele acredita que eventos como o G20 Favelas — parte integrante do G20 Social e realizado em parceria com a Unesco e a London School of Economics em diversas cidades do Brasil e de outros 48 países — ampliam a visibilidade e a força das causas das comunidades.

Além de levar as propostas das favelas para o âmbito internacional, o G20 Social busca informar e conscientizar as próprias comunidades sobre a relevância desses debates, explica Preto Zezé. Ele ressalta que muitos moradores de periferias desconhecem as conferências globais e seu impacto, mas que, ao entenderem seu propósito, essas comunidades ganham uma visão mais ampla e crítica sobre as questões discutidas.

Para Preto Zezé, um dos principais pontos abordados durante o G20 Social foi a visão diferenciada das favelas sobre temas como segurança pública, que não pode ser reduzida apenas a políticas de repressão, mas que deve englobar um conjunto integrado de políticas sociais. Ele destaca que a desigualdade social é uma realidade que atravessa fronteiras, afetando as comunidades de base tanto em países ricos quanto em países em desenvolvimento. Para ele, a busca por soluções globais é uma necessidade compartilhada entre os territórios marginalizados, que enfrentam desafios semelhantes apesar de suas realidades e culturas distintas.

Com o compromisso da África do Sul em dar continuidade ao G20 Social, a iniciativa agora almeja consolidar-se como um espaço de protagonismo das comunidades de base e transformar essas reuniões globais em ações que influenciem diretamente políticas públicas inclusivas e de impacto social.

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