Banco Central eleva expectativas para economia e Inflação em 2024

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo
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A revisão no crescimento do PIB reflete ajustes nas projeções para a agropecuária e o setor de serviços

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda atualizou as projeções econômicas para 2024, destacando uma leve alta no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e na inflação. A estimativa de expansão da economia subiu de 3,2% para 3,3%, impulsionada pelo desempenho no segundo trimestre e por revisões positivas em setores-chave. Já a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou de 4,25% para 4,40%, aproximando-se do teto da meta de inflação.

A revisão no crescimento do PIB reflete ajustes nas projeções para a agropecuária e o setor de serviços, ainda que os dados indiquem uma moderação no ritmo de atividade. No terceiro trimestre, o crescimento foi revisto de 0,6% para 0,7%, enquanto o acumulado de 2024 permanece influenciado pela forte alta de 1,4% no segundo trimestre. Para 2025, a projeção mantém-se em 2,5%, com um cenário mais restritivo devido à política monetária contracionista e à possibilidade de novos aumentos na taxa Selic.

No campo setorial, a indústria segue com uma expectativa sólida de 3,5% de crescimento, sustentada por medidas de estímulo, como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida. Já o setor agropecuário, embora ainda registre retração, viu a estimativa de queda ajustada para menos severa, de -1,9% para -1,7%. A produção de serviços teve leve alta na previsão, de 3,3% para 3,4%, impulsionada por um mercado de trabalho robusto e melhores condições de crédito para as famílias.

A inflação, por sua vez, reflete um cenário de pressão por preços voláteis, como alimentos e combustíveis, mas a SPE projeta desaceleração nos próximos meses. As mudanças nas bandeiras tarifárias de energia elétrica, com previsão de bandeira verde em dezembro, devem aliviar parte da alta de preços até o fim do ano. A inflação para 2025, entretanto, foi ajustada para 3,6%, incorporando efeitos inerciais e o impacto da depreciação cambial.

O Boletim Macrofiscal, referência para o planejamento orçamentário, antecipa ainda os índices de inflação que impactam diretamente o salário mínimo e os benefícios sociais. O INPC deve encerrar 2024 em 4,4%, enquanto o IGP-DI, sensível às oscilações do dólar, foi revisto de 3,8% para 6,4%. Em 2025, ambos os índices indicam tendência de desaceleração.

As novas estimativas sustentam um cenário de moderada desaceleração para a economia, mas com perspectivas de maior estabilidade nos preços no médio prazo. Os números atualizados serão incorporados ao Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que guiará decisões estratégicas sobre o orçamento fiscal, a ser divulgado no próximo dia 22.

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