OMS alerta para alta global de casos de sarampo em 2023

Foto: José Cruz/Agência Brasil
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Apenas 83% das crianças no mundo receberam a primeira dose do imunizante

O sarampo voltou a causar preocupação global em 2023, com um aumento de 20% nos casos registrados em relação ao ano anterior. Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10,3 milhões de casos foram notificados no período, destacando falhas na cobertura vacinal como fator determinante para o crescimento da doença.

Embora as vacinas tenham salvado milhões de vidas desde o ano 2000, a OMS estima que mais de 22 milhões de crianças deixaram de receber a primeira dose em 2023. Apenas 83% das crianças no mundo receberam a primeira dose do imunizante, enquanto a cobertura da segunda dose foi ainda menor, atingindo 74%. Para evitar surtos, a recomendação é que ao menos 95% da população receba ambas as doses da vacina.

O sarampo, considerado um dos vírus humanos mais contagiosos, continua a provocar consequências graves em populações vulneráveis. Em 2023, cerca de 107,5 mil pessoas – a maioria crianças com menos de 5 anos – morreram em decorrência da doença. Apesar de essa cifra representar uma redução de 8% em relação a 2022, a OMS reforça que os números ainda são alarmantes, considerando a natureza prevenível do sarampo por meio da vacinação.

O comunicado também apontou que surtos ocorreram em 57 países, abrangendo todas as regiões, exceto as Américas. África e Mediterrâneo Oriental lideraram o crescimento de casos, com o continente africano respondendo por quase metade dos surtos globais. A OMS alertou que, mesmo quando o sarampo não é fatal, suas complicações – como cegueira, pneumonia e encefalite – podem gerar impactos severos e duradouros na saúde.

No Brasil, no entanto, o cenário é de comemoração. O país recuperou este ano o status de livre do sarampo, certificado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A conquista ocorre cinco anos após a perda do certificado em 2019, com o último caso endêmico registrado em junho de 2022, no Amapá.

Apesar de dois casos importados terem sido confirmados em 2024 – um no Rio Grande do Sul, vindo do Paquistão, e outro em Minas Gerais, originário da Inglaterra – o Ministério da Saúde reforça que a vacinação permanece sendo a estratégia mais eficaz para evitar novos surtos. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente nos postos de saúde e é recomendada em duas doses, administradas aos 12 e 15 meses de idade.

Com o aumento global dos casos, o Brasil se destaca como um exemplo de controle da doença. No entanto, especialistas alertam que a manutenção da imunização em alta é crucial para evitar retrocessos, principalmente em um cenário de vulnerabilidade global para doenças evitáveis.

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