Descoberta de múmia de tigre-dente-de-sabre na Sibéria surpreende paleontólogos

Foto: Cortesia do Prof. Alexey V. Lopatin via CNN
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O corpo preservado mantém músculos, pele e até garras, fornecendo pistas inéditas sobre a aparência e o estilo de vida desses animais

Um filhote mumificado de tigre-dente-de-sabre, encontrado no permafrost da Sibéria, está encantando cientistas por sua preservação extraordinária e pelo potencial de revelar detalhes sobre a anatomia e o comportamento desses predadores extintos. Datado de pelo menos 35.000 anos, o filhote viveu durante o Pleistoceno e é a primeira múmia conhecida da espécie Homotherium latidens.

A descoberta, feita em 2020 perto do rio Badyarikha, foi detalhada em um estudo publicado no Scientific Reports. O corpo preservado mantém músculos, pele e até garras, fornecendo pistas inéditas sobre a aparência e o estilo de vida desses animais. A pelagem espessa e marrom do filhote, suas orelhas pequenas e patas dianteiras robustas diferem dos filhotes de leão modernos, sugerindo adaptações específicas para seu habitat e estratégias de caça.

Os caninos de até 20 centímetros de comprimento, característicos do tigre-dente-de-sabre, indicam que o uso das patas dianteiras poderia ser crucial para estabilizar presas antes de um golpe fatal. A estrutura musculosa e as características únicas do esqueleto reforçam essa hipótese, destacando como a força do corpo todo contribuía para suas técnicas de predação.

Além de oferecer uma janela para a biologia desses predadores, a múmia representa um marco evolutivo significativo. Estudos genéticos anteriores mostram que o gênero Homotherium se separou de outros felinos há cerca de 18 milhões de anos, tornando esta descoberta uma peça rara da história evolutiva dos grandes felinos.

Os pesquisadores agora planejam extrair DNA do filhote para aprofundar a compreensão sobre sua espécie e ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade da Era Glacial. “Ver um animal extinto assim, com tanto detalhe, é como reescrever a história da evolução”, destacou o paleontólogo Alexey V. Lopatin, responsável pela pesquisa.

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