A pesquisa reforça o papel de políticas públicas no combate à desigualdade educacional

Dados do Censo Escolar 2023 confirmam que pretos e pardos são maioria entre os concluintes do ensino médio em 22 das 27 unidades da Federação. Estados como Bahia, Amazonas, Pará, Maranhão e Sergipe lideram o ranking, enquanto Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul registraram percentuais inferiores a 50%. A pesquisa, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), reforça o papel de políticas públicas no combate à desigualdade educacional.

Os números revelam que estudantes pretos e pardos representam 55% dos alunos com cor declarada na educação básica. Esse percentual varia conforme as etapas educacionais: 51,7% na educação infantil, 54,3% nos anos iniciais do ensino fundamental, 55,1% nos anos finais e 53,8% no ensino médio. Já na Educação de Jovens e Adultos (EJA), a proporção atinge 74,9%, demonstrando uma forte presença desse grupo na retomada dos estudos.

O levantamento também destaca desafios no ensino superior. Em 2023, apenas 34,6% dos ingressantes e 37,8% dos concluintes declararam-se pretos ou pardos, evidenciando o abismo na transição para níveis mais altos de escolaridade.

Os dados coletados pelo Censo Escolar têm impacto direto na formulação de políticas públicas educacionais. Ao mensurar a diversidade étnico-racial, o levantamento subsidia ações afirmativas e o repasse de recursos, além de monitorar indicadores como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e as metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

O avanço da inclusão educacional coincide com a ampliação do Dia da Consciência Negra, celebrado nacionalmente como feriado em 2024. A data reforça a necessidade de investimentos contínuos para superar barreiras históricas e garantir maior equidade no acesso à educação e ao mercado de trabalho.