Pesquisa revela desigualdade racial e de gênero no setor de tecnologia no Brasil

Foto: Banco de imagens/Pexels/Cottonbro Studio
Compartilhe

A pesquisa ouviu 360 profissionais de TI de todo o país

A segunda edição da pesquisa Diagnóstico Comportamental dos Profissionais de TI, divulgada em outubro, destacou a desigualdade racial e de gênero no setor de tecnologia da informação (TI) no Brasil. Entre os entrevistados, 73% se identificaram como brancos, enquanto apenas 4% eram negros e 20%, pardos. A pesquisa, conduzida pelo IT Forum Inteligência em parceria com o Eu Capacito e a LandTECH, ouviu 360 profissionais de TI de todo o país.

A predominância masculina também se sobressai: 86% dos respondentes eram homens, enquanto apenas 12% se identificaram como mulheres. Para Bruna Bonfim, gerente do estudo, esses números expõem a falta de diversidade no setor. “Mesmo sendo um mercado dinâmico e inovador, a TI ainda enfrenta desafios estruturais para promover inclusão e equidade racial”, destacou.

O levantamento apontou diferenças marcantes na satisfação profissional entre os grupos étnicos. Dois terços dos profissionais negros declararam insatisfação no trabalho, enquanto mais da metade dos brancos e pardos relatou altos níveis de engajamento e felicidade. Para os trabalhadores negros, o reconhecimento é o principal motivador, superando fatores como cargos e salários.

Outra preocupação é a baixa representatividade de negros em cargos de liderança, com apenas 4% ocupando posições de diretoria, contra 83% de brancos. Esse cenário impulsiona muitos profissionais negros a considerarem o empreendedorismo como alternativa, já que um em cada três entrevistados expressou o desejo de abrir o próprio negócio.

A pesquisa também revelou que a falta de diversidade influencia a rotatividade no setor: 8% dos profissionais mencionaram esse fator como razão para trocar de empresa. Para Bonfim, a busca por validação e pertencimento evidencia a necessidade de mudanças estruturais no ambiente corporativo. “O setor precisa adotar uma cultura organizacional que valorize o potencial e a contribuição de profissionais de diferentes origens e perfis”, concluiu.

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content