Essa realidade remete à história da chegada de Cabral ao Brasil

A justiça do Brasil, é bom que se diga, há tempos não tem a mesma utilidade de antes, quando juristas se destacavam por seus posicionamentos éticos, colocando o direito e a razão em primeiro lugar. Esse modelo que trouxe para a história Rui Barbosa, uma das personalidades mais importantes da história brasileira, Pontes de Miranda, Luís Gama, Heráclito Fontoura, Sobral Pinto, Márcio Thomaz Bastos, Clovis Beviláqua e tantos outros que honraram sua pátria.

As profundas transformações ocorridas na justiça brasileira, notadamente no que se refere ao descrédito dos que a promovem, isto pelo notório envolvimento com a política partidária, faz com que haja a interferência de cortes internacionais, que não deixa de ser uma triste comprovação de que já não há mais justiça confiável no Brasil.

O que fazer quando a mais alta corte do país se mostra comprometida com a política e interfere nos poderes constituídos, valendo-se das leis e do poder de polícia para arbitrar poderes estranhos contra instituições e cidadãos? Essa realidade remete à história da chegada de Cabral ao Brasil, quando Portugal tomou posse das terras pertencentes aos índios. Há uma nítida invasão e deturpação do que de fato é legal ou imoral.

O que se pode dizer diante desse quadro sombrio é que o Brasil precisa alinhar seus poderes, redefini-los e normatizá-los de acordo com a Constituição e punir os que infringem sua autenticidade e enfraquecem à soberania nacional. O que se pode dizer desse episódio é que: panela em que muitos mexem a comida sai insossa ou salgada.