Microplásticos: nova pesquisa avança no combate à poluição plástica
O estudo propõe uma solução que utiliza compostos químicos para transformar resíduos plásticos em combustíveis
Os microplásticos, uma ameaça ambiental persistente desde a produção em massa de plásticos na década de 1950, estão sendo repensados por meio de uma abordagem inovadora. Uma pesquisa recente, publicada na revista Angewandte Chemie International Edition, propõe uma solução que utiliza compostos químicos para transformar resíduos plásticos em combustíveis.
A equipe, liderada pelo professor Manish Shetty da Universidade Texas A&M, desenvolveu um método que emprega transportadores de hidrogênio e catalisadores específicos para decompor o tereftalato de polietileno (PET), usado em embalagens. O processo converte o PET em p-xileno, uma molécula valiosa na produção de combustíveis, utilizando metanol em um papel multifuncional.
O metanol atua como um transportador de hidrogênio e como agente químico na quebra do plástico. Na metanólise, ele auxilia na decomposição inicial do PET. Na etapa de hidrogenólise, o hidrogênio transportado pelo metanol acelera a fragmentação química, com o suporte de catalisadores de cobre, zinco e zircônio (Cu/ZnZrOₓ).
Segundo Shetty, a pesquisa transcende a simples gestão de resíduos, propondo um modelo sustentável para a indústria química. A solução visa transformar resíduos plásticos, acumulados especialmente em áreas urbanas, em recursos energéticos úteis, mitigando impactos ambientais enquanto promove a economia circular.
Essa descoberta destaca o potencial de uma abordagem integrada, onde os resíduos plásticos deixam de ser apenas um problema para se tornarem parte da solução na busca por sustentabilidade global.