Inflação e juros: cenário econômico brasileiro em ajuste

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A previsão para o IPCA subiu de 4,63% para 4,71% em 2023

O mercado financeiro ajustou novamente suas expectativas para a inflação oficial do Brasil. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4,63% para 4,71% em 2023, conforme divulgado no Boletim Focus do Banco Central. As estimativas seguem em alta também para os anos seguintes: 4,4% em 2025, 3,81% em 2026 e 3,5% em 2027.

Esse panorama ocorre em um contexto de mudanças no regime de metas de inflação. Enquanto o índice de 2024 supera o teto da meta de 4,5%, a partir de 2025 será adotado o sistema de meta contínua, com o centro fixado em 3% e margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Em outubro deste ano, a inflação, puxada principalmente por gastos com habitação e alimentos, registrou alta de 0,56%, acumulando 4,76% em 12 meses, segundo o IBGE.

Para conter a inflação, o Banco Central vem ajustando a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente em 11,25% ao ano, a taxa deve encerrar 2024 em 11,75%, conforme previsões. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), marcado para dezembro, deve trazer novos aumentos, acompanhando incertezas econômicas globais e alta do dólar.

A política monetária de contração, implementada pelo aumento da Selic, busca esfriar a demanda e segurar os preços. Embora eficaz no controle inflacionário, os juros elevados encarecem o crédito e podem desacelerar o crescimento econômico. Para os anos seguintes, o mercado prevê uma redução gradual da taxa básica, alcançando 9,5% ao ano em 2027.

Apesar das pressões inflacionárias e dos altos juros, a economia brasileira apresenta desempenho acima das expectativas. O PIB deve crescer 3,22% em 2023, superando os 3% registrados em 2022. Projeções para 2025 indicam uma expansão mais modesta, de 1,95%, mas o crescimento volta a alcançar 2% em 2026 e 2027.

No câmbio, o dólar deve fechar este ano cotado a R$ 5,70, com tendência de ligeira queda para R$ 5,60 em 2025. Essa perspectiva reflete um cenário econômico de ajustes, onde as medidas do Banco Central buscam equilíbrio entre inflação, crescimento e estabilidade financeira.

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