PF prende quadrilha suspeita de fraudar crédito na Caixa Econômica
A ação investiga um esquema que teria desviado mais de R$ 20 milhões dos cofres públicos
Quatro pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira (6) pela Polícia Federal (PF) em uma operação de combate à fraude em operações de crédito da Caixa Econômica Federal. A ação, denominada Operação Smart Fake, investiga um esquema que teria desviado mais de R$ 20 milhões dos cofres públicos por meio da concessão de créditos fraudulentos a mais de 100 empresas. Além das prisões temporárias, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais nos municípios de Teresina e Pedro II, no Piauí, e Timon, no Maranhão.
A operação foi autorizada pela 3ª Vara da Justiça Federal, que também determinou o sequestro de bens dos suspeitos, integrantes de um grupo criminoso envolvido em fraudes bancárias. Segundo a PF, a investigação teve início após a denúncia de um empresário de Teresina. O empresário alegou que foi vítima de uma tentativa de fraude para a obtenção de um crédito na Caixa Econômica Federal, intermediada por uma pessoa que, ao apresentar documentos falsificados, conseguiu aprovar o financiamento para a sua empresa.
A partir dessa denúncia, a Polícia Federal identificou o intermediário do esquema e, em seguida, desvendou uma rede de fraudes envolvendo contratos de crédito irregulares desde 2022. Ao todo, 179 contratos suspeitos foram identificados, firmados com 115 CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), muitos dos quais apresentaram irregularidades como o faturamento inflacionado e a falta de regularidade perante a Receita Federal, com alguns CNPJs baixados ou inaptos.
Entre os contratos investigados, alguns se destacam pelo elevado volume de empréstimos inadimplentes, com valores superiores a R$ 800 mil por empresa. Além disso, os investigadores apontaram movimentações financeiras suspeitas, que indicam que as empresas envolvidas no esquema não possuíam a capacidade financeira para justificar os empréstimos recebidos.
Os suspeitos agora enfrentam acusações de estelionato qualificado, organização criminosa, falsificação de documentos e outros crimes que poderão ser identificados ao longo da investigação. A Polícia Federal segue apurando a extensão do esquema e a possível participação de outras pessoas e empresas.
Com o desmantelamento deste grupo criminoso, a PF pretende coibir fraudes que comprometem recursos públicos essenciais e prejudicam o sistema financeiro nacional. A investigação continua, e novas diligências podem ser realizadas para identificar outros envolvidos no esquema.