Refinaria da Petrobras avança com projeto de redução de poluentes

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Além de reduzir significativamente as emissões de poluentes a refinaria vai gerar ácido sulfúrico a partir de óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx)

A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), operada pela Petrobras em Ipojuca, Pernambuco, está prestes a iniciar a operação da inovadora unidade U-93 Snox, projetada para reduzir significativamente as emissões de poluentes e gerar ácido sulfúrico a partir de óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx). Com previsão de funcionamento em dezembro, esta tecnologia avançada transformará os gases liberados pelo processo de refino em um subproduto comercializável, ampliando os horizontes ambientais e financeiros da refinaria. Com a Snox, a Rnest se torna a primeira refinaria das Américas e a terceira no mundo a adotar essa tecnologia, presente somente em instalações na Itália e na Áustria.

A instalação, resultado de um investimento de R$ 520 milhões, tem potencial para eliminar até 99% das emissões de SOx e 95% de NOx, em um esforço que reflete a responsabilidade socioambiental da refinaria. “Estamos em uma região que é um paraíso”, afirmou Márcio Maia, gerente-geral da Rnest, ao destacar o compromisso da refinaria com o meio ambiente e com a qualidade de vida das comunidades próximas. Rodrigo Avelino, gerente da refinaria, ressaltou o avanço tecnológico representado pela unidade, que permitirá não apenas uma importante redução de poluentes, mas também a geração de receitas adicionais através da venda de ácido sulfúrico. O produto será fornecido ao grupo Bauminas, em um contrato de dez anos para tratamento de água, contribuindo para o abastecimento de 30 milhões de pessoas.

A Rnest, em operação desde 2014, prepara-se para um aumento de capacidade com a entrada da Snox, elevando seu limite diário de processamento de 100 mil para 115 mil barris de petróleo. Este avanço, autorizado pela Companhia Pernambucana do Meio Ambiente (CPRH), permitirá à refinaria ampliar sua produção de diesel S-10, combustível com baixo teor de enxofre que, devido ao crescimento da demanda, deverá substituir progressivamente o diesel S-500 no Brasil.

A produção de diesel S-10 pela refinaria pernambucana atingiu cerca de 2,8 bilhões de litros em 2023, volume suficiente para abastecer 6,1 milhões de caminhões, consolidando a Rnest como a segunda maior fornecedora desse combustível menos poluente no país. Com o cenário regulatório e de mercado indicando uma transição acelerada para o uso exclusivo do diesel S-10, a operação da Snox e a consequente expansão de produção da Rnest representam uma resposta estratégica da Petrobras às novas exigências.

O projeto Snox chega ao seu lançamento após anos de desafios. Interrompidas em 2014 devido à operação Lava Jato e aos impactos financeiros que fragilizaram a Petrobras, as obras só foram retomadas anos depois, com a refinaria ainda em processo de desinvestimento. Em 2023, com uma reavaliação estratégica, a Petrobras decidiu priorizar a Abreu e Lima, revertendo os planos de venda. “A Rnest passou de uma refinaria em desinvestimento para a que recebe o maior investimento da Petrobras”, explica Alexandre Ataide, gerente da área de Sistemas de Superfície, Refino, Gás e Energia da estatal.

Além de reduzir o consumo de gás com a geração de energia em forma de vapor, a Snox reforça o compromisso da Petrobras com o desenvolvimento sustentável e a autossuficiência energética, enquanto posiciona a refinaria pernambucana como referência em tecnologia e eficiência ambiental.

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