Brasil recupera certificação de país livre do sarampo

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Para conter o surto e evitar novos casos, o Governo Federal desenvolveu ações intensivas em áreas fronteiriças e de difícil acesso

Nesta terça-feira (12), o Brasil foi recertificado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) como país livre do sarampo, após quatro anos de esforços para erradicar novamente a circulação do vírus. O certificado foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra da Saúde, Nísia Trindade, marcando um avanço importante após a perda desse status em 2018, quando as baixas taxas de vacinação permitiram a reintrodução da doença.

Para conter o surto e evitar novos casos, o Governo Federal desenvolveu ações intensivas em áreas fronteiriças e de difícil acesso, incluindo buscas ativas de casos suspeitos, realização de campanhas de vacinação — como o Dia S de combate ao sarampo —, além de capacitações para profissionais de saúde em manejo clínico. Em 2024, o Ministério da Saúde lançou o Plano de Ação para reverificação do sarampo e sustentabilidade da eliminação da rubéola, consolidando uma abordagem contínua para manter o sarampo fora do território nacional.

O combate ao sarampo também envolveu um investimento expressivo em 2023, com mais de R$ 724 milhões aplicados em vigilância, capacitação e aquisição de vacinas. Nos 5.570 municípios do país, foram realizadas oficinas de microplanejamento, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), para orientar as ações de vacinação de acordo com as necessidades locais, buscando fortalecer o acesso da população à imunização ao longo do ano.

Essa conquista restabelece o Brasil e as Américas como uma região livre de sarampo endêmico. A primeira certificação de erradicação do sarampo no Brasil foi recebida em 2016, mas a baixa cobertura vacinal e o aumento do fluxo migratório, especialmente de países vizinhos, contribuíram para a reintrodução do vírus em 2018. Nos anos seguintes, o país registrou 39.779 casos, sendo que, em 2019, o vírus voltou a circular de forma sustentada, levando ao status de país endêmico.

A OMS alertou recentemente sobre o crescimento dos casos de sarampo em outras regiões, incluindo a Europa, onde 58 mil infecções foram registradas em 2023. Com o Movimento Nacional pela Vacinação, lançado pelo Brasil no início de 2023, houve uma intensificação das ações de imunização e a valorização do Programa Nacional de Imunizações (PNI), permitindo avanços que levaram a Opas a classificar o país como “pendente de reverificação”. Para alcançar a recertificação, o Brasil demonstrou ausência de transmissão do vírus por mais de um ano e reforçou tanto a vacinação de rotina quanto a vigilância epidemiológica, fatores decisivos para impedir novos surtos.

O Ministério da Saúde continua enfatizando a importância da vacinação, com foco na vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Em 2023, a cobertura vacinal para a primeira dose da tríplice viral aumentou para 88,4%, e, em 2024, já alcança 92,3%. A vacina é recomendada em duas doses para pessoas de 12 meses a 29 anos e em dose única para adultos de 30 a 59 anos, sendo essencial para a proteção contra doenças altamente contagiosas que, no passado, causaram epidemias graves.

Com a recertificação, o Brasil reforça o compromisso com a erradicação de doenças preveníveis e intensifica os esforços para manter o sarampo fora de seu território, ao mesmo tempo em que fortalece a imunização e os sistemas de vigilância.

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