Brasil avança na integração entre saúde humana, animal e ambiental

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O plano reúne especialistas, movimentos sociais e membros do Comitê Técnico Interinstitucional

O Ministério da Saúde promoveu, nos dias 7 e 8 de novembro, uma oficina técnica e social que marca um passo decisivo na implementação do Plano de Ação Nacional de Uma Só Saúde. Esse plano, que busca integrar saúde humana, animal, vegetal e ambiental, reúne especialistas, movimentos sociais e membros do Comitê Técnico Interinstitucional — que inclui também o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) — em torno de um modelo de saúde sustentável e resiliente.

Pela primeira vez, o Brasil realizará um inquérito nacional sobre a resistência aos antimicrobianos (RAM), uma das prioridades do projeto. De acordo com Ethel Maciel, secretária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), essa pesquisa é um marco da nova abordagem integrada. A RAM representa um desafio global, exacerbado pelo uso excessivo de medicamentos em humanos e animais, e exige atenção para evitar a disseminação de patógenos resistentes.

Durante o evento, foram definidas sete linhas de ação prioritárias para o plano, que abrangem desde o fortalecimento dos sistemas de saúde até o combate a pandemias zoonóticas, segurança alimentar, doenças endêmicas e a resistência aos antimicrobianos. O plano visa, assim, a preparar o país para responder a crises de saúde pública de maneira integrada. Dados da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) mostram que aproximadamente 60% das doenças infecciosas humanas têm origem animal, evidenciando a importância de uma abordagem “Uma Só Saúde” para evitar novos surtos.

O encontro também destacou a importância da participação social, com a inclusão de representantes de comunidades vulneráveis para garantir que o plano atenda às realidades locais e promova uma saúde equitativa. Paola Frassineti, coordenadora-geral de Programas Sanitários do Mapa, reforçou a necessidade de reavaliar a relação entre humanidade e natureza, destacando que a preservação ambiental é essencial para a saúde global.

O plano é guiado por princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), como a equidade e a participação social, e conta com o envolvimento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e secretarias estaduais e municipais de saúde. A iniciativa define ações e responsabilidades claras para cada instituição envolvida, estabelecendo prazos e prioridades para fortalecer a resposta nacional a crises de saúde interligadas com questões ambientais.

Com o apoio de normas e diretrizes do SUS e das Conferências Nacionais de Saúde, o Plano de Ação Nacional de Uma Só Saúde busca construir uma estratégia de longo prazo para saúde e sustentabilidade no Brasil, integrando a preservação ambiental e os cuidados com a saúde humana e animal.

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