Estudo revela crescimento desigual de leitos de UTI no Brasil

Foto: Ascom/HCPA
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O Distrito Federal lidera com 14,06 intensivistas por 100 mil habitantes

O Brasil registrou um aumento de 52% no número de leitos de terapia intensiva na última década, passando de 47.846 em 2014 para 73.160 em 2024, com expansão acelerada durante os anos de pandemia. Apesar do avanço, um estudo divulgado nesta terça-feira (19) pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) aponta uma distribuição ainda marcadamente desigual entre regiões e sistemas de saúde, refletindo disparidades territoriais e sociais.

Enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) opera 51,7% dos leitos de UTI do país, atende uma população três vezes maior que a da rede privada, que concentra 48,3% dos leitos. No SUS, há 24,87 leitos por 100 mil habitantes, número inferior aos 69,28 disponíveis na saúde suplementar. Essa discrepância é ainda mais evidente entre as regiões: o Norte tem 27,52 leitos por 100 mil habitantes, enquanto o Sudeste apresenta 42,58, evidenciando um desafio estrutural.

A concentração de médicos intensivistas segue um padrão semelhante. Embora o número de especialistas na área tenha crescido 228% entre 2011 e 2023, chegando a 8.091 profissionais, regiões como Norte e Nordeste ainda têm uma densidade significativamente menor em relação ao Sudeste. O Distrito Federal lidera com 14,06 intensivistas por 100 mil habitantes, enquanto estados como o Amapá praticamente não contam com esses profissionais.

A Amib alerta para a necessidade de políticas públicas que promovam uma distribuição mais equitativa de recursos e especialistas. A disparidade também se reflete nas áreas urbanas: as capitais concentram cinco vezes mais intensivistas por habitante do que os demais municípios, um contraste que reforça os desafios de acesso à saúde de alta complexidade no país.

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