PF indicia Bolsonaro e outros 35 suspeitos por tentativa de golpe
O relatório final foi encaminhado ao STF nesta quinta-feira (21)
A Polícia Federal (PF) encerrou as investigações sobre uma organização criminosa acusada de tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin em 2022, sucedendo o então presidente Jair Bolsonaro. O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), detalhando as acusações de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e formação de organização criminosa.
Entre os 36 indiciados estão figuras de alto escalão do governo Bolsonaro, como o próprio ex-presidente, o ex-ministro Augusto Heleno, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o deputado Alexandre Ramagem, e os ex-ministros Anderson Torres e Braga Netto. Outros indiciados incluem Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. A lista também abrange 29 nomes de militares, políticos e civis, acusados de atuarem em núcleos organizados para viabilizar as ações golpistas.
A investigação, conduzida ao longo de dois anos, utilizou quebra de sigilos, buscas e apreensões, colaboração premiada e outras medidas judiciais. Segundo a PF, os suspeitos operavam em seis núcleos específicos: desinformação e ataques ao sistema eleitoral, incitação militar, jurídico, apoio operacional, inteligência paralela e execução de ações coercitivas.
Com o envio do relatório, a PF declarou concluídas as apurações sobre as tentativas de golpe e a supressão violenta do Estado Democrático de Direito, consolidando as evidências que agora aguardam apreciação do STF.