O fracasso dos poderes em relação à criminalidade
É claro que deve haver uma repartição de culpas
A matança de meninos e meninas nas ruas de Sobral, que já ocorre há pelo menos duas décadas, sem que haja reação por parte da sociedade ou uma ação enérgica das supostas autoridades dos três poderes. Para cada caso há um descaso e a evidente banalização da criminalidade, que se amplia e impede nossa juventude de ter direito a futuro.
É estranho o comportamento covarde da parte dos ditos defensores das leis, que não esboçam reações, a não ser a cobrança de fianças. Já não há como negar a existência do mercado do crime, onde muitos advogados demonstram empatia por criminosos e saem em defesa destes, como se o dinheiro fosse mais importante, e deve ser, de sua honra, da sua profissão e do seu caráter. Eles não são sensivelmente capazes de avaliar a dor das mães que choram sobre os corpos dos filhos.
É claro que deve haver uma repartição de culpas, isto porque muitos dos jovens são mortos devido a envolvimentos e acordos não cumpridos com o sindicato do crime. Admite-se ainda que há uma forte ansiedade tomando conta da vida dos meninos e das meninas quanto à aquisição de celulares de última geração, roupas de grifes e dinheiro para as baladas. Nem todos conseguem esperar pelo tempo certo de fazer a coisa certa, sem que haja a necessidade de encantar com o lado podre da criminalidade.
Não há mais esperança de que no Brasil tal realidade se extirpe. Não se vê as entidades que se dizem protetoras de crianças e adolescentes protestando contra a matança desenfreada. Isto não acontece pelo fato de que, assim como os poderes enfraquecidos, elas também estão dominadas pelo medo.