O valor inicial será de R$ 50 por dia, reajustado anualmente conforme o contrato de concessão firmado entre o Instituto Chico Mendes
A partir de 10 de janeiro de 2025, o Parque Nacional de Jericoacoara, no Ceará, passará a cobrar ingresso dos visitantes, marcando uma nova etapa em sua gestão. O valor inicial será de R$ 50 por dia, reajustado anualmente conforme o contrato de concessão firmado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a concessionária Urbia + Cataratas Jeri, responsável pela administração do parque pelos próximos 30 anos.
Combinada à taxa municipal de turismo, atualmente de R$ 41,50, o custo mínimo diário para turistas será de R$ 91,50 por pessoa. Para moradores de Camocim, Cruz e Jijoca de Jericoacoara, crianças de até seis anos, guias de turismo e pessoas cadastradas no CadÚnico, o acesso continuará isento, assegurando inclusão local e social.
O contrato prevê que o valor do ingresso poderá atingir até R$ 120 no quinto ano, acompanhando a inflação. Em contrapartida, a concessionária se comprometeu a investir R$ 116 milhões em infraestrutura, sendo R$ 90 milhões nos primeiros anos, para modernizar o parque e atender à crescente demanda turística. Entre as melhorias estão a reordenação de trilhas e vias, instalação de banheiros públicos e chuveiros, construção de um Centro de Visitantes com estacionamento para 600 veículos e Wi-Fi, além de quiosques, pontos de hidratação e espaços de apoio.
A concessão também introduz mudanças na mobilidade, proibindo o acesso de veículos particulares não credenciados, o que visa organizar o fluxo de visitantes e preservar as áreas naturais. A segurança patrimonial e o atendimento ambulatorial de emergência também ficarão sob a responsabilidade da nova gestão, que promete aliar conforto e preservação ambiental.
Além dos investimentos em infraestrutura, o modelo de concessão garante um retorno financeiro significativo ao governo. A expectativa é que R$ 61 milhões sejam arrecadados em outorga fixa e R$ 337 milhões em outorga variável ao longo dos 30 anos, além de 5% da receita bruta mensal destinada ao governo federal.
O projeto, segundo o ICMBio, busca equilibrar sustentabilidade e desenvolvimento, protegendo as belezas naturais de Jericoacoara, como a Pedra Furada e as piscinas naturais, enquanto atrai adeptos de esportes como kitesurf e windsurf. Contudo, a iniciativa ocorre em meio a disputas judiciais sobre a propriedade das terras do parque, tema que segue em discussão.
A concessionária Urbia + Cataratas Jeri reforça que o modelo proposto combina preservação ambiental com uma experiência de visitação moderna e segura, garantindo que Jericoacoara permaneça como um dos principais destinos turísticos do Brasil, recebendo milhões de visitantes a cada ano.
