Coroa no sol intriga cientistas que buscam pistas sobre riscos para terra

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Dois satélites partiram obter informações sobre o fenômeno

A Agência Espacial Europeia (ESA) deu mais um passo significativo no avanço da ciência solar com o lançamento da missão Proba-3 nesta quinta-feira (5). A bordo do foguete PSLV-XL, da Organização de Pesquisa Espacial da Índia (ISRO), o sistema de dois satélites partiu do Satish Dhawan Space Centre às 7h34 (horário de Brasília), após um adiamento técnico no dia anterior. Cerca de 24 minutos depois, o diretor da missão, M. Jayakumar, confirmou a inserção bem-sucedida em órbita.

Desenvolvido ao longo de mais de uma década, o Proba-3 tem duração planejada de dois anos e representa uma conquista científica e tecnológica de 200 milhões de euros. Com apoio de mais de 40 empresas europeias, incluindo nomes de peso como Airbus Defence and Space e Sener Aerospace, a missão busca investigar com profundidade a coroa solar, uma região até então pouco explorada.

A missão permitirá observações da coroa interna do Sol por até seis horas a cada órbita, um feito inédito em comparação com os breves momentos proporcionados pelos eclipses solares naturais. A engenheira de sistemas Esther Bastida Pertegaz destacou a relevância desse estudo, crucial para compreender fenômenos solares como ejeções de massa coronal e ventos solares, que podem gerar impactos severos em sistemas de comunicação, navegação e energia na Terra.

Além de fortalecer a posição da ESA na pesquisa solar, a missão complementa o trabalho do Solar Orbiter, outro satélite europeu dedicado à investigação do Sol. O lançamento reforça também a parceria estratégica com a ISRO, que recentemente celebrou marcos como o pouso da missão Chandrayaan-3 na Lua e o envio do observatório Aditya-L1 para estudar o Sol.

O Proba-3 surge em um momento em que a ESA enfrenta desafios em seu programa espacial, como o adiamento do Ariane 6 para 2024 e a interrupção no uso dos foguetes russos Soyuz devido à guerra na Ucrânia. Mesmo diante desses obstáculos, a agência europeia continua a demonstrar sua capacidade de liderar iniciativas científicas ambiciosas e promover colaborações internacionais.

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