Cantor de 20 anos supera AVC com reabilitação inovadora usando karaokê no Ceará

Durante sua performance, ele sentiu dormência e perda de força no braço direito, sinais que antecederam um Acidente Vascular Cerebral (AVC) cinco dias depois, em 25 de julho deste ano.
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Na noite de uma apresentação em Pedra Branca, o cantor Vinicius dos Santos, de 20 anos, experimentou o que começou como uma simples queda do microfone, mas que rapidamente revelou um problema muito mais sério. Durante sua performance, ele sentiu dormência e perda de força no braço direito, sinais que antecederam um Acidente Vascular Cerebral (AVC) cinco dias depois, em 25 de julho deste ano.

Sua paixão pela música foi um elemento crucial no tratamento escolhido pelos médicos: o karaokê. Por 10 dias, Vinicius trocou os palcos pela ala de reabilitação, onde, sob a orientação da fonoaudióloga, ele cantava quase diariamente. “Ajudou demais. Fazia o karaokê uma vez por dia,” recordou o cantor.

Durante esse período, seu público passou a ser os profissionais do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), que assistiam com entusiasmo o show particular que agora tinha uma nova motivação: a recuperação de Vinicius, que havia perdido a capacidade de falar devido ao AVC. “Tive dormência do lado direito do corpo. Aí, quando deu o AVC, perdi logo a fala,” relembra o cantor.

Na época, Vinicius, um jovem acostumado a cantar nas vaquejadas do Sertão do Ceará, jamais imaginou que poderia sofrer um AVC. “Quando teve o primeiro sintoma, eu até escondi um pouco porque estava fazendo um show. Um braço caiu e derrubei o microfone. Fiquei nervoso, mas, com dez minutos, voltou a força na mão de novo,” explicou, sobre como tentou ignorar os sinais.

Morador do distrito de Mineirolândia, ele foi primeiramente levado ao hospital municipal e, em seguida, encaminhado ao HRSC. “Foi muito bom. O hospital é maravilhoso. Fiz amizade lá, o povo me deu força. Os profissionais são excelentes. Só tenho a agradecer, primeiramente a Deus e aos profissionais do hospital,” agradeceu o cantor.

Para Vinicius, que não conseguia sequer falar, voltar a cantar foi um verdadeiro milagre. “Não acreditava que voltaria a cantar, porque não falava nada. Com o tempo, com os tratamentos de falar, escrever, cantar, eu voltei,” disse, surpreso com sua recuperação. Dois meses após o AVC, ele já voltou aos palcos, cantando na Banda Forró do Amostradim, de Quixeramobim.

Vinicius é apenas um dos 1.029 pacientes de AVC atendidos no HRSC em 2024, um número que já supera todo o ano de 2023. Cada paciente segue um protocolo de tratamento comum, mas a reabilitação é personalizada. “Todos os pacientes com AVC recebem tratamento medicamentoso profilático para evitar novos AVCs, além de fisioterapia, terapia ocupacional, e atividades que ajudam na recuperação das funções diárias,” explicou Victor Abreu, neurologista e chefe da Unidade de AVC do HRSC.

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