Em 2024, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) registrou 129 amostras positivas para o metapneumovírus humano (HMPV) no Estado, vírus que provoca sintomas semelhantes aos da gripe e da Covid-19. Embora o norte da China enfrente um aumento de infecções respiratórias, incluindo pelo HMPV, no Ceará não foi identificada mudança no padrão clínico dos pacientes infectados até o momento.
Conforme dados da Sesa, 51,9% dos casos ocorreram em mulheres, com idades variando entre 27 e 86 anos. A maior parte dos registros, no entanto, concentra-se em crianças menores de 5 anos. O HMPV é monitorado no Ceará como parte da vigilância de doenças respiratórias, embora não seja de notificação compulsória.
De acordo com Antonio Silva Lima Neto, secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, o HMPV já é conhecido no Brasil, com registros ocasionais e casos predominantemente brandos no Estado. Ele destacou que a situação no Ceará é controlada, enquanto o aumento de casos na China ainda carece de investigações mais detalhadas. “Falta entender se é um subtipo, uma variante ou uma mutação. Ainda não há clareza sobre a magnitude do surto ou a taxa de mortalidade associada”, afirmou.
Entre os vírus respiratórios que demandam maior atenção no Ceará, o vírus sincicial respiratório (VSR) se destaca como principal causa de bronquiolite em bebês. Em abril de 2024, a vacina Abrysvo, da Pfizer, foi aprovada pela Anvisa para gestantes, com o objetivo de proteger recém-nascidos contra o VSR.
A situação na China chamou a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS), que relatou um aumento de infecções respiratórias agudas, incluindo influenza, VSR e HMPV, especialmente nas províncias do norte do país. Segundo a OMS, os números estão dentro do esperado para o inverno e o sistema de saúde chinês permanece sob controle, sem declarações de emergência.
No Brasil, o Ministério da Saúde segue acompanhando a evolução dos casos em parceria com autoridades sanitárias internacionais. Marcelo Gomes, coordenador-geral de Vigilância da Covid-19, Influenza e outros Vírus Respiratórios, afirmou que os dados mais recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China indicam que a magnitude das infecções respiratórias foi menor do que no mesmo período do ano passado.
Apesar do cenário estável no Ceará, a vigilância epidemiológica mantém atenção constante à circulação de patógenos respiratórios, reforçando a necessidade de monitoramento contínuo e medidas de prevenção.