O Ministério da Saúde divulgou a primeira ilustração fiel do Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, o principal transmissor do vírus Oropouche no Brasil. A iniciativa busca corrigir a recorrente confusão do inseto com outras espécies, como o Aedes aegypti, responsável por doenças como dengue, Zika e chikungunya.
Devido ao tamanho diminuto do Culicoides paraensis, que mede até 3 milímetros, imagens utilizadas anteriormente eram frequentemente de baixa resolução ou imprecisas, dificultando a identificação correta. Para efeito de comparação, o inseto é 12 vezes menor que o Aedes aegypti e 20 vezes menor que o pernilongo comum, o Culex quinquefasciatus.
A ilustração foi elaborada por equipes da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, em parceria com entomologistas do Instituto Evandro Chagas, no Pará. Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, a medida visa apoiar pesquisadores e gestores na identificação do vetor, aprimorando ações de prevenção e controle das arboviroses.
A doença causada pelo vírus Oropouche é conhecida desde os anos 1950, mas o aumento da descentralização dos diagnósticos para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) em 2023, aliado às mudanças climáticas, tem ampliado os registros em regiões além da Amazônia.
Transmitida pelo Culicoides paraensis, a infecção ocorre após o inseto picar uma pessoa ou animal infectado, transmitindo o vírus a outro hospedeiro. O vírus circula em dois ciclos principais: o silvestre, que envolve animais como bichos-preguiça e primatas, e o urbano, em que os humanos são os principais afetados.
Com sintomas semelhantes aos da dengue, a doença pode ser subdiagnosticada, o que reforça a importância da nova ilustração para conscientizar a população e capacitar profissionais de saúde. A medida também reflete o compromisso do Ministério da Saúde em enfrentar as arboviroses, intensificando as estratégias de vigilância e prevenção.