Com o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, milhares de palestinos começaram a retornar à Faixa de Gaza, após 15 meses de intensa destruição e deslocamento forçado. A chegada de refugiados ao norte do território, em caminhões, barracas e até carroças puxadas por burros, expõe a devastação causada pelos bombardeios israelenses, que tinham como objetivo eliminar militantes do Hamas após o ataque de 7 de outubro de 2023.
Os primeiros caminhões com ajuda humanitária entraram na região logo após o início da trégua, permitindo que as equipes da ONU começassem a fornecer apoio vital. “Não esperávamos tanta destruição”, disse um homem de Rafah, que viu sua casa, construída por 20 anos, ser destruída em um instante. Durante o período de bombardeios, milhões de civis ficaram desalojados, e a reconstrução do território palestino parecerá uma tarefa colossal.
O acordo de cessar-fogo, que começou com um atraso de três horas, também levou à libertação de três reféns israelenses, cujas famílias receberam a notícia com grande emoção, em Tel Aviv. Embora a libertação tenha sido celebrada, a guerra, que já causou a morte de quase 47 mil palestinos, ainda segue seu curso. Israel, em cumprimento ao acordo, deve liberar 90 prisioneiros palestinos nas próximas semanas.
O cessar-fogo gerou reações globais. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, destacou o impacto positivo do acordo, enquanto líderes europeus, como o chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron, reforçaram a necessidade de um compromisso contínuo com a paz e a coexistência entre os povos palestino e israelense. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, também expressou alívio pela libertação dos reféns, reiterando que “a paz é o único caminho a seguir”.