O governo brasileiro se prepara para buscar alinhamento estratégico com a recém-empossada administração de Donald Trump nos Estados Unidos. O republicano tomou posse como o 47º presidente norte-americano na última segunda-feira (20), em cerimônia no Capitólio, em Washington D.C.
Maria Laura da Rocha, ministra substituta do Ministério das Relações Exteriores, destacou que o Brasil pretende trabalhar nas áreas de convergência com o governo Trump. Ao ser questionada sobre declarações do novo presidente norte-americano, que afirmou que a relação com o Brasil é “excelente” e que o país “precisa mais dos EUA”, Maria Laura respondeu com cautela: “O presidente Trump pode falar o que ele quiser, ele é presidente eleito nos Estados Unidos. Nós vamos analisar cada passo das decisões que forem sendo tomadas, mas acredito que, como somos um povo que tem fé na vida, tudo vai dar certo sempre.”
A posição do Brasil foi discutida em uma reunião liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que contou com a presença de autoridades como Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Celso Amorim, assessor-chefe da Presidência. A agenda incluiu o impacto das mudanças de política externa e ambiental promovidas por Trump.
Uma das primeiras ações do novo presidente norte-americano foi formalizar a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, uma medida que reacendeu debates globais sobre o combate às mudanças climáticas. Marina Silva criticou a decisão, considerando-a um sinal preocupante para as relações internacionais: “Os prognósticos mais pessimistas sobre os tempos que virão se confirmam”, afirmou.
Enquanto a postura de Trump divide opiniões, o Brasil segue com a intenção de preservar os laços diplomáticos e comerciais com os Estados Unidos, mesmo diante de potenciais divergências em áreas como o meio ambiente. A estratégia do governo Lula será de analisar cuidadosamente cada medida adotada pela gestão Trump, buscando fortalecer os interesses brasileiros em um cenário global em transformação.