O Instituto Butantan anunciou nesta quarta-feira (22) o início da produção da vacina Butantan-DV contra a dengue, um avanço importante no enfrentamento da doença. Contudo, a imunização em massa da população brasileira ainda não ocorrerá este ano. A produção em larga escala, necessária para atender à demanda nacional, é o principal desafio no momento.
De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a fabricação do imunizante ainda está em fase inicial, com previsão de entrega de apenas um milhão de doses em 2025 e meta de alcançar 100 milhões de doses até 2027. “É preciso ter escala nessa produção, então não há previsão de vacinação em massa neste ano, independentemente da aprovação da Anvisa”, destacou a ministra.
A liberação das doses ainda depende da análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da aprovação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que decidirá sobre a inclusão da vacina no programa nacional de imunização. Desenvolvida para ser aplicada em dose única, a Butantan-DV demonstrou “excelente eficácia” nos estudos clínicos, segundo Nísia.
Enquanto a vacina não está disponível em quantidade suficiente, o combate ao mosquito Aedes aegypti permanece como a principal estratégia de controle da dengue no Brasil. Para reforçar as medidas de prevenção, a ministra da Saúde se reuniu em Brasília com representantes de conselhos, instituições de saúde e especialistas, a fim de alinhar ações de enfrentamento às arboviroses.
Uma das iniciativas prioritárias será a retomada do programa Saúde na Escola, presente em 96% dos municípios brasileiros, antes do início do ano letivo. A mobilização inclui a borrifação de inseticidas de longa duração em prédios escolares e atividades educativas para engajar comunidades na luta contra o Aedes aegypti.
Com a dengue representando um desafio persistente no país, as autoridades reforçam a importância de medidas preventivas, como o combate aos criadouros do mosquito. O avanço na produção da vacina traz esperança, mas o esforço coletivo segue sendo essencial para proteger a população enquanto a imunização em larga escala não se torna realidade.