O Brasil contabilizou 2.791 casos de febre do Oropouche ao longo das quatro primeiras semanas de 2025, com o Espírito Santo concentrando a maioria das infecções. O estado registrou 2.652 ocorrências, seguido pelo Rio de Janeiro, com 99 casos, e Minas Gerais, com 30. Outros estados também apresentaram números menores da doença, como Paraíba (7), Ceará (1), Paraná (1) e Roraima (1).
O avanço da febre do Oropouche tem sido motivo de preocupação para as autoridades sanitárias, especialmente diante do expressivo aumento em comparação aos anos anteriores. Segundo o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio, a alta no número de infecções traz um novo desafio para o verão de 2025.
A doença é causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, identificado no Brasil pela primeira vez em 1960. Historicamente, a febre do Oropouche estava restrita à região amazônica, mas a transmissão autóctone em outros estados elevou o alerta para sua disseminação em áreas urbanas. O vetor principal da transmissão é o Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, mas há indícios de que o pernilongo (Culex quinquefasciatus) também possa desempenhar um papel na propagação do vírus.
Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e incluem febre de início súbito, dor de cabeça intensa, dor muscular, náuseas e diarreia. Em alguns casos, podem ocorrer complicações neurológicas, como meningite asséptica e meningoencefalite, além de manifestações hemorrágicas. Em 2024, a Bahia registrou os primeiros óbitos associados à infecção no mundo, com duas mortes confirmadas em pacientes jovens e sem comorbidades.
Diante do aumento de casos, autoridades de saúde reforçam a importância da vigilância epidemiológica e do combate aos vetores para conter a propagação da doença.