O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para reajustar salários, registrou uma alta de 1,48% em fevereiro. O aumento foi impulsionado, principalmente, pela conta de luz, que voltou a subir após o fim do Bônus Itaipu. O resultado representa o maior avanço mensal desde março de 2022 e a maior taxa para fevereiro desde 2003. Nos últimos 12 meses, o INPC acumula uma alta de 4,87%.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A principal explicação para o salto no índice foi a elevação de 16,96% na conta de energia elétrica, que impactou diretamente o grupo habitação, resultando em um aumento de 4,79% no setor. Essa variação sozinha contribuiu com 0,79 ponto percentual no INPC do mês.
Outros setores também registraram aumento, como transportes (1,11%), alimentação e bebidas (0,75%) e educação (4,45%). Por outro lado, o setor de vestuário apresentou leve queda de 0,07%.
O INPC é um dos principais indicadores para o reajuste de salários, especialmente para categorias que negociam aumentos anuais. O acumulado de 12 meses influencia diretamente no cálculo do salário mínimo, do seguro-desemprego e dos benefícios previdenciários, como os pagos pelo INSS.
Diferente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação para famílias com renda de até 40 salários mínimos, o INPC foca naquelas que ganham até cinco salários mínimos. Dessa forma, itens como alimentos têm peso maior no INPC, enquanto produtos e serviços mais elitizados, como passagens aéreas, impactam mais o IPCA.
A coleta de preços para composição do índice é feita pelo IBGE em diversas regiões metropolitanas do país, incluindo Belém, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre, além do Distrito Federal e outros municípios como Goiânia, Campo Grande e Rio Branco. O objetivo é medir com precisão o impacto da inflação sobre a população de menor renda e garantir ajustes que preservem o poder de compra dos salários.