A nova atualização do ChatGPT, que incorpora uma ferramenta de geração de imagens ao modelo GPT-4, desencadeou uma verdadeira onda nas redes sociais. Em apenas uma hora, a plataforma atraiu um milhão de novos usuários, superando o recorde anterior de cinco dias para atingir a mesma marca no lançamento original do ChatGPT.
O grande atrativo foi a possibilidade de criar ilustrações no estilo do Studio Ghibli, famoso por animações como “A Viagem de Chihiro” e “O Menino e a Garça”. Usuários rapidamente encheram a internet com imagens estilizadas, recriando cenas da cultura pop e momentos históricos com a estética marcante do estúdio japonês.
A explosão de criatividade, no entanto, trouxe à tona discussões sobre direitos autorais e proteção de dados. Hayao Miyazaki, fundador do Studio Ghibli, já havia expressado seu descontentamento com o uso de inteligência artificial na arte, chamando-a de “um insulto à vida” em uma declaração de 2016. Sua crítica voltou a ganhar repercussão diante da popularização da ferramenta.
Especialistas em propriedade intelectual também apontam para um dilema jurídico. O advogado Felipe Rocha destaca que a velocidade da inovação tecnológica desafia a legislação vigente, especialmente no que diz respeito ao direito moral dos criadores originais.
Além disso, preocupações sobre privacidade foram levantadas. O envio de imagens para estilização pelo ChatGPT pode resultar na retenção desses arquivos pela plataforma, o que levanta questionamentos sobre o uso futuro dessas informações.
Com a crescente interação entre inteligência artificial e expressão artística, a tendência é que essas discussões se intensifiquem. O impacto dessa nova ferramenta pode redefinir os limites entre criatividade, tecnologia e legislação.
