Sputnik V: governadores insistem na vacina bichada
Vacina é o principal objeto de desejo da sociedade no atual momento, mas quando recai sobre uma determinada marca passa para outro patamar: fetiche. Parece que os governadores se deixaram enfeitiçar pelo imunizante russo ou pelos predicados do sPUTINik.
Há 14 vacinas já aprovadas pelo mundo, cinco delas com aval da Anvisa. É só escolher outra. Se a agência sanitária afirma que há risco na vacina russa, com a detecção de vírus replicante nos lotes inspecionados, por qual razão os governadores insistem em comprá-la, diante dos riscos à saúde da população? Qual o principal intere$$e?
Governadores partiram para o contra-ataque. Uma das táticas inclui pressionar o STF para que Lewandowsky autorize a importação independentemente da posição em contrário da Anvisa. O mais forte argumento manejado por eles é que há mais de 60 países aplicando a vacina.
Ora, a China, que supera em número e em sucesso no combate ao coronavírus todos esses países juntos, informou ter usado a hidroxicloroquina e o tratamento precoce. Mas isso, eles não aceitam.
A versão do fundo soberano, interessado em vender o produto, é de que a Anvisa foi pressionada pelos americanos, que teria agido politicamente. Ora, a Anvisa já aprovou cinco vacinas, tanto dos Estados Unidos como da China, politicamente antípodas. E muitos compraram a versão do vendedor, até jornalistas desinformados ou mal intencionados.
O certo é que o imunizante russo ainda não foi aprovado por agência de vigilância sanitária de prestígio, como a EMA (Europa) e FDA (americana). Portanto, Camilo – e demais governadores – , corra, vá comprar e distribuir vacinas. Mas aplique nosso rico dinheirinho numa empreitada mais séria e que não traga mais doença, em vez de cura.
O adenovírus replicante, que será usado como vetor, pode até ser inócuo e não provocar qualquer reação. Mas também pode resultar em adenoviroses e ainda se acumular nos rins.
Vale a pena arriscar?