Fala de Fux, canastrão de um teatro de terceira categoria, queria dar a entender um clima de ruptura entre os poderes. Discurso tão duro não poderia ter se baseado apenas em notícias de jornais, como ele afirmou. Na verdade, sofreu pressão para ser mais grave e contundente.

Revelou forte espírito de corpo (ou de porco?) quando afirmou que a agressão a um (na verdade, dois: Barroso e Moraes) seria agressão a toda a corte. Pelo andar da carruagem, os togados não teriam mais apenas a aura divina, mas a substância de deuses. Devagar com o andor que o santo é de barro.

Pela mesma moeda do discurso de Fux, todo o Congresso foi encarcerado quando a corte prendeu um deputado. Ainda mais, quando em frontal oposição ao artigo 53, que garante imunidade parlamentar por QUAISQUER palavras. O STF está revogando até a semântica.

Pena que a Câmara dos Deputados optou pela subserviência ao ficar genuflexo diante dos desmandos constitucionais de quem tem o mister de guarnecer a Carta Magna. Mas, do Olimpo, o condomínio dos togados intocáveis, só emana a verdade, por mais mentirosa e falsa que seja.

Já videmos a pior das ditaduras, a do Judiciário. E não será possível qualquer resistência a ela dentro das quatro linhas da Constituição. Seguir as normas numa guerra sem regras é o caminho fácil da derrota.