Para Ministério Público do Rio, PM pagou prestação de apartamento para Flávio Bolsonaro e esposa
As investigações iniciais apontam que valor pago é mais de três vezes maior que o salário do PM. Empresa do agente foi alvo de investigação da Corregedoria da Polícia Militar.
No Rio de Janeiro, um policial militar é investigado por ter pago uma prestação de compra de um apartamento feita pelo senador Flávio Bolsonaro e por sua mulher, Fernanda Antunes Nantes Bolsonaro, de acordo com investigações do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ).
De acordo com o documento, Diego Sodré de Castro Ambrósio quitou um boleto no valor de R$ 16.564,81, emitido no nome de Fernanda, em outubro de 2016. O pagamento serviria para ajudar a pagar um apartamento comprado em Laranjeiras, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro.
As investigações apontam ainda que Ambrósio era cabo da PM. Atualmente, ele ocupa o cargo de terceiro sargento e mesmo com esta nova patente, seu atual salário, de acordo com dados retirados pelos promotores do portal da transparência dos servidores estaduais, seria de menos de um terço do necessário para efetuar o pagamento: R$ 4.771,80.
As investigações dos promotores mostraram que Ambrósio é fundador de uma empresa de segurança, a Santa Clara Serviços Ltda., que foi objeto de investigação da Corregedoria da Polícia Militar após uma série de reportagens do Jornal O Globo terem denunciado que moradores da região de Copacabana, na Zona Sul do Rio, estariam sendo assediados por policiais a contratar os serviços de segurança privada para retirar moradores de rua das calçadas de condomínios.
De acordo com o MP-RJ, a empresa também não possuía capital nesta época para pagar o boleto. Também em 2016, o PM efetuou transferências para dois assessores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), onde Flávio era deputado estadual. Além disso, também foram identificados depósitos feitos por ele para a loja de chocolates do senador dos anos de 2015 a 2018.