BNB aninhava ONG petista desde 2003 com R$ 600 milhões
Romildo Rolim, presidente do BNB desde 2017, indicado pelo MDB, tentava mais um mandato à frente da instituição quando foi abatido em pleno voo por forte turbulência. Veio à tona o vínculo com uma ONG petista, que consumia R$ 600 milhões para operar o microcrédito do banco.
A história chegou aos ouvidos do presidente Bolsonaro, que cobrou explicação de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, responsável pelo aval da permanência de Rolim no cargo. Quando a vaga de presidente do BNB passou para a cota do PL, Rolim migrou para o partido, embora egresso do MDB.
Costa Neto, que já não morria de amores pelo neófito em seu partido, pediu a cabeça de Rolim e de toda a diretoria do banco. Como justificativa, a instituição disse em nota que o Instituto Nordeste de Cidadania fora contratada desde 2003, quando Lula chegou ao Planalto.
Rápido no gatilho, Costa Neto aproveitou a situação para se livrar dos rolos de Rolim e já indicou o engenheiro Ricardo Pinto Pinheiro para substituí-lo. Mas nem toda diretoria foi para o saco. Haroldo Maia, tido como de indicação petista e defensor da ONG, permanece no cargo.
Demissionário, Ricardo Rolim continua cumprindo agenda como se nada tivesse acontecido. Talvez ainda na esperança de que um santo forte interceda por ele e opere um milagre.
Se a ONG cumpre o seu papel, se é competente no seu mister, não discutimos. Há outras tantas que podem desempenhar a mesma função. Ainda mais, quando é possível prescindir da licitação. O que se discute é cevar o inimigo. Não é de hoje que o BNB é citado como favorecedor de interesses petistas, sob a principal influência do deputado federal José Guimarães.