Manifestação lulista tem pouca gente e agressão contra Ciro Gomes

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O fiasco das manifestações a favor de Lula só não foi vexame maior do que a agressão contra Ciro Gomes, o único presidenciável relevante (?) a falar no palanque da Paulista. Era evento para unir a oposição, da esquerda à direita arrependida, passando pelo centro. Mas não conseguiu unir nem a esquerda. Rancor e ódio a Ciro impedem lulistas de falar de amor.

21 partidos tiveram um mês para a mobilização, contaram com um trio elétrico de luxo (R$ 100 mil), o apoio de bancadas parlamentares e o incenso da mídia. Mesmo assim não conseguiram levar nem 10 mil pessoas para o evento em São Paulo, termômetro das manifestações democráticas. A que se manifestava por liberdade, democracia e apoio a Bolsonaro levou 125 mil pessoas.

A manifestação de 7 de setembro, apelidada pelo STF e PGR de atos antidemocráticos, que culminou em prisões arbitrárias antes do acontecimento, foi torpedeada pela mídia. De “raiz golpista”, batizou a Folha. E todos vaticinavam violência. Falavam de policiais armados entre os militantes. “Bolsonaro quer um cadáver”, dizia Ciro, o irresponsável.

Todo esforço, institucional e midiático, para esvaziar o movimento – e as prisões foram o ápice desse esforço -, se respaldava no fato de que o sucesso de público impulsionaria Bolsonaro. O insucesso seria sua morte política. Não adiantou. Um fenômeno brasileiro, atos em favor do governo. E em momentos de crise sanitária e econômica.

Quando o MBL chamou um ato reacionário aos governistas para o dia 12 de setembro, o fiasco foi compreensível, pois sem a participação de petistas. O mote inicial da convocação “Nem Bolsonaro, nem Lula”, foi atenuado, mas não convenceu a esquerda. E logo se puseram a organizar novo ato contra o governo.

Manifestação democrática queima boneco de Bolsonaro,

Revelou-se a favor de Lula, daí a estúpida agressão contra Ciro Gomes. Foi vaiado quando disse que o Brasil não aceitava o fascismo verde-amarelo nem vermelho. Mas o rancor vem desde o tempo em que foi a Paris para não apoiar Haddad no segundo turno. O ódio foi cevado pelas declarações cada vez mais contundentes contra o líder do PT, o ex-condenado.

Lula sempre foi o dream killer de Ciro Gomes, Toda vez que o cearense de Pindamonhangaba tentou alçar voo além de seu território estadual, foi abatido sem piedade. Lula, o atirador, vem enrolando Ciro desde quando convenceu Gomes a mudar o domicílio eleitoral para São Paulo. Não foi candidato nem ao governo de São Paulo nem à presidência.

Ciro Gomes alternou elogios e impropérios contra Lula, de acordo com as conveniências. Serviu para alimentar a percepção de oportunismo politico, em quem não se deve confiar. Tudo isso aflorou nas manifestações que deveriam selar aliança de todos contra Bolsonaro. Movimento a favor de Lula, sem Lula. O líder das pesquisas se esconde do público.

Ciro agora pede trégua de Natal. Quem não te conhece que te compre. Tal Bolsonaro de sinal trocado, Ciro Gomes surfa com a reação nas redes. Sem cair na vibe do vitimismo, aproveita a oportunidade de passar a imagem de maturidade, de quem passa por cima da violência sofrida para lutar por um Brasil melhor. Melhor para ele.

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