Bolsonaro não é populista, é popular

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Bolsonaro não é populista, é popular. A frase é do ministro da Economia, Paulo Guedes, que teve sessão de agrados ao lado de Bolsonaro depois que foi tido como demissionário. Com a mudança na lei de teto, que levou de roldão quatro de seus titulares, o mercado imaginava que ele não aguentaria a pressão.

Em discurso de apoio ao seu ministro, alvo de ataque especulativo, Bolsonaro disse que vão sair juntos “lá na frente”. Credor do ajuste fiscal, Paulo Guedes cedeu ao abraço social sugerido pelo presidente. Disse que a lei de teto de gastos é um compromisso com a geração futura, mas não pode ser feito com a dor e o sofrimento da atual, que passa fome.

Guedes, que já perdeu 16 auxiliares na trajetória do governo, disse que precisa ajustar a velocidade da aterrissagem fiscal. E continua no barco, ainda como timoneiro, na travessia dos mares bravios agitados pelas ondas do novo coronavírus. Já com novos auxiliares empossados, Guedes lembra o papel do Congresso para agilizar as reformas.

Só a reforma administrativa, tantas vezes adiadas, seria capaz de economizar cerca de R$ 300 bilhões em 10 anos, segundo projeções da equipe econômica. Dez vezes mais que os R$ 30 bilhões que foram assegurados para viabilizar o Auxílio Brasil de R$ 400 para 17 milhões de famílias.

Ainda pendentes, as reformas do Imposto de Renda e a Tributária. Se forem aprovadas, teremos, como cunhou Paulo Guedes, um presidente reformista e popular.

O populismo econômico, geralmente impulsionado por estímulos eleitorais, é ferida aberta, cuja cauterização se incumbe às próximas gerações. Mas a fome pode ser letal, sem que haja tempo para tratamento terapêutico. A fome é fatal.

Não se pode fazer a travessia simplesmente jogando corpos ao mar. É preciso chegar ao continente com todos sãos e salvos.

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