Ivo Gomes recua e agora só exige passaporte de vacina para bares, restaurantes e eventos

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Valeu a pressão. O prefeito Ivo Gomes voltou atrás em sua decisão de exigir o passaporte de vacinação para todos os locais. Agora, é só para bar, restaurante e eventos.

Ao contrário do que afirmou na inauguração da ciclovia, na noite de quinta-feira (11/11), Ivo Gomes não vai mais obrigar “todas as pessoas que forem ingressar em qualquer estabelecimento, seja de que natureza for” a apresentar o atestado de vacina. Na ocasião, ele tinha falado que não ia permitir que “o sadismo e a perversidade” comprometesse a saúde da população de Sobral.

Decreto municipal fala em barracas, copiado do documento do Estado.

O decreto de obrigatoriedade de apresentação do certificado de vacina teve abrangência bem menor, restringindo-se a bares, restaurantes e eventos. Exatamente o mesmo teor do decreto estadual, assinado por Camilo Santana e anunciado pelo governador na sexta-feira (12). Na verdade, nem seria necessário o decreto municipal, pois o do governo do Estado vigora em todos os 184 municípios. No Diário Oficial do Município de Sobral, a prova de que a Prefeitura de Sobral apenas copiou e colou o documento estadual, incluindo no decreto até as barracas de praia.

A ameaça do prefeito, que ainda bem não se realizou, de exigir o passaporte sanitário para o ingresso em qualquer local público de Sobral, foi uma resposta inopinada a repercussão da notícia que o Portal Paraíso publicou, revelando que o número de internações subiu 25%, atingindo pessoas que se vacinaram. A matéria se baseou na informação da secretária municipal de Saúde, Regina Carvalho. Segundo ela, o perfil dos internados abrange pessoas que tomaram três doses, incluindo a de reforço, pessoas acima de 60 anos que tomaram as duas doses e pessoas que tomaram apenas uma dose. Disse que a maioria dos casos é de outra cidade, mas há registros de sobralenses adoentados.

Ivo Gomes criticou os adversário políticos, que não teriam empatia nem solidariedade, e falou em nome da ciência para justificar seus atos. Mas a OMS já se posicionou contra a exigência do passaporte da vacina, que está sendo exigido nas viagens entre países.

Se a ameaça se concretiza, seria mais um constrangimento para a população além de atingir o comércio da cidade, já combalido com as consequências dos lockdowns durante a pandemia. Chegaria no momento das vendas natalinas, crucial para recuperação de parte do prejuízo.

Por causa do impacto no comércio, entidades tem reagido à exigência do passaporte sanitário. A Abrasel solicitou ao governo a retirada das barracas de praia da exigência. E a Fecomércio soltou uma nota, criticando a medida, cobrando bom senso para a garantia dos direitos individuais e a proteção da liberdade.

Confira a nota da Fecomércio:

A Fecomércio-CE comunica a todos os empresários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como toda a sociedade, que ao tomar conhecimento do Decreto n° 34.399, de 13 de novembro de 2021, avaliou as medidas apresentadas e as consequências para as empresas e para a população.

Além das dificuldades na aplicabilidade das exigências do decreto no cotidiano, barrar o acesso aos estabelecimentos, exigindo o passaporte sanitário, irá gerar constrangimento e sentimento de discriminação.

Para os empresários dos estabelecimentos citados no Decreto, obrigar funcionários e colaboradores a apresentarem o passaporte sanitário, com risco de demissão, é uma atitude que fere os princípios constitucionais, além de interferir na gestão, podendo causar danos econômicos aos trabalhadores e aos empregadores.

A Fecomércio-CE apoia campanhas educativas e de conscientização em prol da vacinação, que continua sendo a melhor maneira de combater a pandemia e proteger vidas. Dessa forma, buscará o diálogo com o Executivo Estadual com o objetivo de contribuir com a revisão das medidas descritas no Decreto.

Que o bom senso, a proteção da liberdade e dos direitos individuais sejam preservados, pois também são essenciais à vida.

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