Deu chabu nas prévias dos tucanos

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A expectativa era de inovação nas atividades partidárias com as prévias do PSDB para escolher o candidato que vai disputar as eleições em nome do partido. Mas foi um verdadeiro fiasco. Fora a disputa que tende a deixar fissura entre as diversas alas, o meio eletrônico para captar os votos travou, e a eleição foi suspensa.

Na primeira tentativa de efetivar as prévias partidárias, o PSDB contava com quatro concorrentes: Arthur Virgílio (AM), senador Tasso Jereissati (CE), governador João Dória (SP) e governador Eduardo Leite (RS). Tasso, que anunciou abandono da vida política, renunciou em favor do gaúcho, restando duas candidaturas competitivas, já que Arthur Virgílio é apenas um anexo da do governador paulista.

As prévias eram vistas também como uma forma de se contrapor ao poderio de João Dória, que trabalha sua candidatura presidencial desde que assumiu o Palácio dos Bandeirantes. No mesmo sentido, as eleições por meio de um aplicativo evitava o poder de mobilização paulista. O app daria condições de mais gente, de todo o Brasil, participar do processo de escolha. A favor da democracia, mas com o objetivo de mitigar a influência doriana.

Do Nordeste ao Norte, do Sudeste ao Sul, uma outra força se levanta. Para quem achava que “Minas não há mais”, Aécio se posta ao lado de Leite e ameaça deixar o partido em caso de derrota. João Dória, que acumula episódios de traição, é visto como desagregador. Tanto que Geraldo Alkmin, dos mais emplumados tucanos, duas vezes governador de São Paulo, duas vezes candidato presidencial do partido, está de asa partida, já fora do ninho tucano, para concorrer à sucessão de seu criador.

Arrivista, Dória não conhece escrúpulos na sua trajetória. Parido politicamente por Geraldo Alkmin, que bancou sua candidatura à prefeitura de São Paulo, insurgiu-se contra o criador para lhe tomar a vaga na carreira presidencial. Jurou não abandonar a prefeitura, mas largou a gestão para ser governador paulista, navegando no leito das águas bolsonaristas.

Repete a traição e passa a bater sem dó no presidente Bolsonaro, querendo vestir o figurino da terceira via, numa postura antagônica ao presidentes. Como se saiu bem no papel designado pelo marketing de “João Trabalhador”, imaginou-se como o “João Vacinador”, vendendo a Coronavac que teria eficácia superior a 50%. Deu com os burros nágua.

Mesmo assim, insiste na empreitada, e tenta atropelar quem lhe fica na frente. Tudo estaria resolvido nesta semana, não fosse o mico do aplicativo que travou, evitando a votação de muita gente. De tão incompetente, o partido não sabe quando o pleito será retomado. O PSDB, mais do que nenhum outro, faz jus ao nome: partido.

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