Ceará é o 4º estado do Nordeste em desmatamento

Desmatamento
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121 municípios cearenses registraram desmatamento em 2020. “Na Caatinga, todas as queimadas são por ações humanas”, ressalta o departamento de Biologia

Em 36 anos, quase um milhão e meio de hectares no Ceará foi tomado pelo fogo, nas mais diferentes áreas, sobretudo em vegetação nativa. As queimadas e desmatamento só não são os maiores vilões ambientais porque sujeito é quem faz a ação. “Na Caatinga, todas as queimadas são antrópicas, são ações humanas”, lembra Francisca de Araujo, professora do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Parte dos focos de incêndio no bioma caatinga tem motivação definida: preparo de terra para plantio. Se para capinar um hectare são necessárias 10 diárias de um trabalhador rural, por exemplo, quando ocorre a queima este custo laboral cai para dois ou três dias.

E de acordo com o monitoramento do projeto MabBiomas, lançado neste ano e que reúne os dados mais precisos dos biomas nas últimas três décadas,  121 municípios cearenses registraram desmatamento em 2020. Isto representa 65,8% dos municípios cearenses, acima da média do Nordeste por município (57%).

A Caatinga perdeu 17% de sua vegetação apenas por queimadas, que ocorrem especialmente entre os meses de agosto e janeiro. Piauí, Bahia e Ceará representam, juntos 85%  do total de área queimada no bioma. O pesquisador Washington Rocha, professor da Universidade Federal de Feira de Santana e coordenador do MapBiomas, aponta uma tendência preocupante: o aumento exponencial de áreas para agricultura.

Entre 1985 e 2020, o crescimento foi de 1.457%, ao passo que a área urbanizada cresceu em torno de 146% no mesmo período. “O que a gente observou da cobertura. Houve uma perda da cobertura natural de 10%. Então foram 5,9 milhoes de hectares perdidos nessas tres decadas de vegetacao natural”, explica Rocha. No caso do Ceará, o destaque de perda se deu nas formações florestais, de 28%.

Fonte: Diário do Nordeste

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